Criada oficialmente em 1979, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) nasceu a partir da CBD (Confederação Brasileira de Desportos), que já existia desde 1914.
A Fifa (Federação Internacional de Futebol) demandou que todas as federações que fossem se filiar a ela se dedicassem apenas ao futebol. A CBD unia sob sua batuta todos os esportes olímpicos.
Com sede na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, a CBF é uma entidade privada, marcada por escândalos de corrupção há décadas.
Heleno Nunes, que já presidia a CBD, foi o responsável pela transição até a primeira eleição, que teve Giulite Coutinho como vencedor, com mandato de 1980 a 1986. Durante o mandato de Coutinho, houve o roubo da Taça Jules Rimet, em 1983. Ela foi derretida e uma réplica foi construída no ano seguinte.
Em 1987, Octávio Guimarães assumiu a presidência.
Seguiu-se o mandato mais longo da história, de 1989 a 2012, de Ricardo Teixeira. Ele era genro do então presidente da Fifa, João Havelange. Seu mandato foi mergulhado em escândalos envolvendo propina e pagamentos ilícitos.
Teixeira renunciou naquele ano, e José Maria Marin recebeu o comando da entidade até 2015, quando finalizaria o mandato. Apesar de não ter sido eleito, Marin foi o único desde então a concluir o período previsto na presidência da CBF.
Ele foi preso em 2015 na Suíça, acusado de corrupção no caso que foi conhecido como Fifagate, considerado o maior escândalo de corrupção na história do futebol. Pouco tempo depois, a Fifa o baniu de atividades relacionadas ao futebol.
Marco Polo Del Nero, braço-direito de Marin, havia sido eleito e estava na Suíça no momento da prisão. Ele decidiu retornar ao Brasil em seguida e evitou viagens internacionais. Del Nero foi afastado do comando da CBF pela Fifa no fim de 2017, acusado na Justiça dos EUA de participar de um esquema de recebimento de propina com cartolas da América do Sul.
Entrou no comando, então, o interino Coronel Nunes que ficou de 2017 a 2019. Rogério Caboclo foi eleito presidente da instituição em 2018. Ele deveria ficar até 2023, mas foi afastado por denúncias de assédio moral e sexual em 2021.
Ednaldo Rodrigues entrou como interino. Em sua gestão, crises políticas se somaram às esportivas. O cartola brasileiro foi afastado por decisão da Justiça do Rio de Janeiro neste ano, que anulou o acordo que validou a primeira eleição do dirigente, em 2022 —ele seria reeleito por aclamação em março de 2025.
O despacho se baseou no questionamento à autenticidade da assinatura do Coronel Nunes, no termo que beneficiou Ednaldo. O desembargador Gabriel Zefiro citou a “incapacidade mental” de Nunes para participar do ato.
Confira abaixo a lista de presidentes da CBF*
- Álvaro Zamith (1915 – 1916)
- Arnaldo Guinle (1916 – 1920)
- Ariovisto de Almeida Rêgo (1920 – 1921)
- José Eduardo de Macedo Soares (1921 – 1922)
- Oswaldo Gomes (1922 – 1924)
- Ariovisto de Almeida Rêgo (1924)
- Wladimir Bernardes (1924)
- Oscar Rodrigues da Costa (1924 – 1927)
- Renato Pacheco (1927 – 1933)
- Álvaro Catão (1933 – 1936)
- Luiz Aranha (1936 – 1943)
- Rivadávia Corrêa Meyer (1943 – 1955)
- Sylvio Corrêa Pacheco (1955 – 1958)
- João Havelange (1958 – 1975)
- Heleno de Barros Nunes (1975 – 1980)
- Giulite Coutinho (1980 –1986)
- Octávio Pinto Guimarães (1986 – 1989)
- Ricardo Teixeira (1989 – 2012)
- José Maria Marin (2012 – 2015)
- Marco Polo Del Nero (2015 – 2017)
- Coronel Nunes (2017 – 2019)
- Rogério Caboclo (2019 – 2021)
- Ednaldo Rodrigues (2021 – 2025)
*Fundada em 1914 com o nome de Federação Brasileira de Sports. Em 1916, foi rebatizada como Confederação Brasileira de Desportos. Em 1979, adotou a nomenclatura atual.
Folha de S.Paulo