O Brasil vive uma epidemia de dependência em jogos. O avanço do vício em apostas online é sentido nos consultórios, onde médicos relatam altas na busca por tratamento.
Um levantamento recente do Ministério da Justiça e Segurança Pública mostrou que as bets alcançaram o segundo lugar no número de apostas no país, perdendo apenas para os jogos de loteria.
Segundo o estudo, 71,3% dos jogadores apostam na loteria, 32,1% em bet; e 28,9% no jogo do bicho.
“Perdi o autorrespeito e virei um zumbi”, lembra o professor Hélio S., viciado em bets, mas que nunca procurou ajuda. Ele já chegou a jogar 18 horas seguidas e perdeu mais de R$ 6.000.
A dependência levou Hélio a pedir dinheiro emprestado para parentes e amigos, e muitos se afastaram dele. “Eles me viam como irresponsável, um coitado”, conta o educador. “Cheguei a catar latinhas e trabalhar de noite como auxiliar de limpeza para conseguir quitar as dívidas”, conta.
Sua saúde também ficou abalada por causa do vício. “Tive sangramentos, tonturas e muita dor no peito por causa da adrenalina, falta de sono e alimentação”, lembra o professor neste episódio do 1ª Pessoa.
CPI
A CPI das Bets, que viralizou com o depoimento midiático da empresária e influenciadora digital Virgínia Fonseca enfrenta dificuldades para aprovar novos requerimentos.
A comissão foi prorrogada pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), em 30 de abril por mais 45 dias, prazo bem menor que o defendido pela relatora, Soraya Thronicke (Podemos-MS). Ela insiste em levar a comissão até o fim do ano, com mais 130 dias, mas não tem tido apoio.
Folha de S.Paulo