Crianças vítimas de naufrágio morrem de fome e sede


Corpos de crianças são encontrados após naufrágio na Itália
Reprodução/Corriere Della Sera

Corpos de crianças são encontrados após naufrágio na Itália

Duas crianças e um homem de cerca de 30 anos morreram após ficarem à deriva no mar Mediterrâneo, perto da ilha de Lampedusa, na Itália. Os corpos foram resgatados pelo velheiro Nadir, da ONG alemã ResQship, que também salvou outras 57 pessoas.

Segundo a organização, as vítimas estavam em um bote inflável que saiu da Líbia na última quarta-feira (7). O motor da embarcação quebrou dois dias antes do resgate e, sem comida ou água, os migrantes passaram dias expostos ao sol e ao vento.

Testemunhas contaram que as duas crianças morreram de sede um dia antes do resgate. O homem chegou a ser socorrido, mas não resistiu após sofrer uma parada cardíaca. Os corpos foram levados ao cemitério de Cala Pisana, em Lampedusa.

Entre os sobreviventes, há 13 mulheres e dois menores, oriundos de países como Gâmbia, Gana, Níger, Serra Leoa, Nigéria e Togo. Cada um deles teria pago cerca de US$ 1.500 (R$ 8.472 na atual cotação) para fazer a travessia até a Europa.

A ONG relatou que, ao chegar ao local por volta das 16h30, recebeu imediatamente os corpos das crianças sem vida. Durante a evacuação, também foi encontrado o homem desacordado, que morreu mesmo após 30 minutos de tentativas de reanimação.

Além disso, há um desaparecido. Um dos sobreviventes afirmou que um homem pulou no mar para tentar aliviar queimaduras causadas pelo sol, mas não conseguiu voltar para o barco por causa do mar agitado.

A guarda costeira já havia resgatado outros seis ocupantes em estado grave no dia anterior. O caso expõe mais uma vez as duras condições enfrentadas por migrantes que tentam cruzar o Mediterrâneo em busca de uma vida melhor.



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