Descoberta na Caldeira McDermitt pode transformar o mercado global de energia limpa
Geólogos da Universidade de Columbia e da Lithium Americas Corporation identificaram por meio de perfurações um depósito de argila contendo até 2,4% de lítio sob a Caldeira McDermitt, um supervulcão no oeste dos Estados Unidos.
O metal se acumulou há cerca de 16,4 milhões de anos devido à ausência de rios, totalizando até 120 milhões de toneladas métricas avaliadas em € 413 bilhões (R$ 2,6 trilhões na cotação atual).
Há 16,4 milhões de anos, uma erupção catastrófica criou a cratera de 45×35 km que deu origem a um lago alcalino.
Sedimentos vulcânicos e cinzas dissolveram o lítio para formações de esmectita.
Posteriormente, ressurgências magmáticas injetaram fluidos hidrotermais ricos em potássio, flúor, rubídio e césio, convertendo boa parte em ilita — a variante conhecida como tainiólita.
Análise geoquímica
Técnicas de microssonda iônica revelaram teores médios de 1,8% de lítio na ilita, com picos de 2,4%, bem acima dos 0,4% típicos em depósitos de argila.
Correlações fortes com boro, rubídio e césio reforçam o papel da alteração hidrotermal na concentração do metal.
Se explorado integralmente, o depósito poderia reduzir a dependência dos EUA de lítio importado e baratear baterias de veículos elétricos e outras tecnologias.
Porém, o People of Red Mountain denuncia riscos às suas terras sagradas e chama o projeto de “colonialismo verde”.
Mesmo com decisão favorável de um tribunal federal, cientistas ambientais alertam para possíveis danos ao solo, água e contaminação por metais pesados.
IG Último Segundo