A trajetória inspiradora de Magali dos Santos Leodato, do Polo Cederj/UAB Cantagalo para projetos de ponta em Lisboa, demonstra o potencial transformador da educação a distância e as oportunidades que surgem quando dedicação e apoio se encontram.
Nesta entrevista, conheça um pouco da sua história e de como conseguiu esta conquista.
JORNAL DA REGIÃO: Magali, conte-nos um pouco sobre sua trajetória acadêmica e como o Cederj se encaixou em seus planos.
MAGALI DOS SANTOS LEODATO: Meu nome é Magali dos Santos Leodato. Sempre precisei conciliar estudo e trabalho, e o Cederj surgiu como a única forma viável de cursar uma universidade pública sem abrir mão da minha vida profissional.
JR: Durante sua graduação, você se envolveu em algum projeto específico?
MAGALI: Sim, tive a oportunidade de participar de um projeto de iniciação científica muito interessante, oferecido pelo tutor Ely Severino. Nele, desenvolvi um aplicativo de mobilidade internacional com foco no programa de intercâmbio da UFF, a Universidade Federal Fluminense.
JR: O que a motivou a se inscrever no processo seletivo para a mobilidade internacional? Quais foram os critérios e como você se preparou?
MAGALI: Acredito que a experiência internacional é fundamental para o crescimento acadêmico e pessoal. Decidi me inscrever no processo seletivo que avaliava o Coeficiente de Rendimento (CR) como principal critério. Além disso, minha participação em projetos científicos e uma carta de apresentação justificando meu interesse na experiência foram importantes.
JR: Por que você escolheu instituições em Portugal e como foi o processo de seleção?
MAGALI: Escolhi algumas instituições portuguesas, embora o edital oferecesse opções em outros países também. Esse edital é aberto duas vezes ao ano. Em novembro, recebi um e-mail do Instituto Politécnico de Engenharia de Lisboa (ISEL) e da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP) informando minha aprovação. No entanto, houve uma etapa de envio de documentos que foi um pouco desafiadora, e precisei aguardar a carta de aceite da universidade.
JR: Houve algum imprevisto ou momento de tensão durante o processo de aceite e obtenção do visto?
MAGALI: Sim, houve um momento de apreensão. No dia 5 de fevereiro, recebi um e-mail perguntando se eu desistiria da vaga, pois as aulas começariam em 17 de fevereiro, e eu ainda não tinha a carta para solicitar o visto. Entrei em contato com o gabinete da AULP e, felizmente, toda a documentação começou a ser liberada no mesmo dia. O professor e coordenador do curso no ISEL também foi muito solícito, auxiliando na escolha das disciplinas para garantir a aprovação da minha grade. O processo do visto, que geralmente leva de 30 a 60 dias, foi concluído em apenas 12 dias, o que considero um grande apoio de amigos, familiares, do ISEL e, sem dúvida, uma providência divina.
JR: Para embarcar nessa jornada, você precisou fazer alguma mudança significativa em sua vida aqui no Brasil?
MAGALI: Sim, para realizar esse sonho, precisei pedir demissão do meu emprego, sem cumprir o aviso prévio.
JR: Como está sendo a experiência da mobilidade internacional em Portugal?
MAGALI: Está sendo uma experiência verdadeiramente transformadora e enriquecedora. Estou vivenciando uma mobilidade internacional com bolsa integral, que cobre alimentação, moradia e as taxas acadêmicas. No ISEL, tenho acesso a uma educação muito voltada para o mercado de trabalho e para a inovação.
JR: Você está envolvida em algum projeto específico no ISEL?
MAGALI: Sim, estou integrada a dois projetos muito interessantes: o Clube Smart Everywhere, que foca em inteligência artificial, e o ISEL Space, que tem como missão desenvolver protótipos de pequenos satélites, seus componentes e sistemas de suporte.
JR: Você poderia detalhar um pouco mais sobre o projeto ISEL Space e sua participação como gestora de uma das equipes?
MAGALI: O projeto ISEL Space é realmente fascinante! Ele é dividido em três equipes com focos distintos no desenvolvimento de pequenos satélites e seus sistemas de suporte. Recentemente, fui convidada para ser gestora de uma dessas equipes, a “Ground Station”, que atualmente conta com 15 alunos. Nossa principal tarefa neste momento é realizar uma pesquisa aprofundada para avaliar qual a melhor forma de comunicação de satélite a ser utilizada. Isso envolve a análise de diferentes APIs e bancos de dados para, enfim, escolher a tecnologia mais adequada e começar a implementação e os testes práticos. É um trabalho desafiador e muito enriquecedor!
JR: Você mencionou o Polo Cederj Cantagalo. Poderia compartilhar sua experiência em relação à estrutura e ao apoio recebido no polo?
MAGALI: Sim, com certeza! O polo de Cantagalo possui uma estrutura muito adequada para os estudos a distância. Além disso, toda a equipe da coordenação e da secretaria sempre foi extremamente solícita e amigável, o que faz toda a diferença no nosso percurso acadêmico. É importante ressaltar também que o vestibular do CEDERJ acontece duas vezes ao ano, o que aumenta as chances para quem deseja ingressar no ensino superior público.
JR: Quais são suas expectativas e como essa experiência impactará seu futuro?
MAGALI: Essa experiência tem ampliado meus conhecimentos de forma significativa e aberto novas perspectivas para o meu futuro profissional e pessoal. Acredito que o contato com novas culturas, tecnologias e formas de pensar será fundamental para minha trajetória. Sou muito grata ao Cederj e à UFF por essa oportunidade.
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