O ex-deputado republicano, filho de brasileiros, havia se declarado culpado por fraude e falsidade ideológica. Ex-deputado republicano George Santos na frente do Capitólio
J. Scott Applewhite/AP
Condenado nesta sexta-feira (25) nos Estados Unidos a sete anos de prisão, George Santos, 36 anos, é filho de imigrantes brasileiros e foi deputado no Congresso americano pelo Partido Republicano.
Ele foi o primeiro republicano abertamente gay eleito para o Congresso dos Estados Unidos, após vencer nas eleições em 2022. Em dezembro de 2023, foi cassado após ser acusado na Justiça de uma série de crimes e irregularidades, desde mentir sobre seu currículo a uso ilegal de dinheiro de campanha.
Logo depois, revelou-se que o então desconhecido político havia mentido sobre grande parte de sua trajetória, apresentando-se como um empresário bem-sucedido que havia trabalhado em prestigiadas empresas de Wall Street e possuía um valioso portfólio imobiliário.
Ele se declarou culpado em 2024 por fraude eletrônica federal e falsidade ideológica. Santos admitiu ter enganado doadores e roubado a identidade de uma dezena de pessoas, incluindo membros de sua própria família, para financiar sua campanha vitoriosa. Como parte de um acordo judicial, o ex-deputado concordou em pagar cerca de US$ 580 mil em multas, além de cumprir pena de prisão.
Em uma carta ao tribunal nesta semana, Santos afirmou estar “profundamente arrependido” por seus crimes, mas disse que a pena proposta pelos promotores é severa demais.
Condenação
A juíza Joanna Seybert sentenciou o político a 87 meses de detenção. Ainda não há informações sobre quando ele irá começar a cumprir a pena.
Santos, que caiu em desgraça após mentir sobre sua história de vida e cometer fraude contra doadores de campanha, chegou nesta sexta-feira a um tribunal federal para receber sua sentença.
O republicano de Nova York, que serviu no Congresso por pouco mais de um ano antes de ser expulso por seus colegas da Câmara em 2023, se declarou culpado no ano passado por fraude eletrônica federal e falsidade ideológica.
Ele admitiu ter enganado doadores e roubado a identidade de quase uma dúzia de pessoas, incluindo membros de sua própria família, para financiar sua campanha vitoriosa. Como parte de um acordo judicial, Santos concordou em pagar cerca de US$ 580 mil em multas, além de cumprir pena de prisão.
Aos 36 anos, ele não respondeu às perguntas gritadas dos repórteres enquanto entrava no tribunal em Long Island, mas disse à Associated Press na quinta-feira que está resignado com seu destino.
“Estou tão bem quanto qualquer ser humano poderia estar, dadas as circunstâncias”, escreveu Santos em uma mensagem de texto na quinta-feira, acrescentando que estava “pronto para encarar as consequências”.
Os promotores estão pedindo sete anos de prisão federal para Santos, argumentando, em documentos judiciais recentes, que ele “continua sem arrependimento” e não demonstrou remorso genuíno, apesar do que afirma.
Eles citam comentários recentes que Santos fez nas redes sociais, nos quais se apresenta como vítima de abuso por parte da promotoria.
Em uma carta ao tribunal nesta semana, Santos afirmou estar “profundamente arrependido” por seus crimes, mas disse que a pena proposta pelos promotores é severa demais.
Os advogados de Santos pediram uma pena de dois anos de prisão, que é a pena mínima obrigatória para o crime de roubo de identidade qualificado.
Eles argumentam que essa pena é comparável às sentenças aplicadas ao ex-deputado Jesse Jackson Jr. e a outras figuras políticas condenadas por crimes financeiros semelhantes.
Santos foi eleito em 2022, ao conquistar para o Partido Republicano um distrito rico que cobre partes do Queens e de Long Island.
Logo depois, revelou-se que o então desconhecido político havia fabricado grande parte de sua trajetória, apresentando-se como um empresário bem-sucedido que havia trabalhado em prestigiadas empresas de Wall Street e possuía um valioso portfólio imobiliário.
Na realidade, Santos enfrentava dificuldades financeiras e até processos de despejo. As revelações levaram a investigações criminais e parlamentares sobre como ele financiou sua campanha.
À medida que sua sentença se aproximava, Santos se mostrava reflexivo nas redes sociais, agradecendo tanto aos apoiadores quanto aos críticos.
“Aprendi que, não importa se somos de esquerda, direita ou centro, somos todos humanos e, na maioria das vezes, americanos (rsrs), e temos um superpoder que valorizo muito: a compaixão”, escreveu ele na quinta-feira na rede social X. “Para os haters… bem, vocês são uma parte impactante de como as pessoas moldam a si mesmas, e vocês me deixaram muito mais forte e com a pele mais grossa!”
Ele também fez uma última divulgação de sua conta no Cameo, onde grava mensagens personalizadas em vídeo por US$ 100.
“Pensem adiantado sobre qualquer comemoração ou evento que vai acontecer ainda este ano. Agendem hoje mesmo”, escreveu Santos, encerrando a publicação com uma série de emojis de coração.
G1 Mundo