Entre paisagens e memórias, Cabo Frio inspira o cinema nacional

As ruas de paralelepípedo, as fachadas preservadas e o azul do mar de Cabo Frio voltaram a encantar o cinema nacional. Desta vez, o município recebe as filmagens do longa-metragem Pele de Rinoceronte, com direção de Marcello Ludwig Maia e atuações de peso como Débora Falabella e Naruna Costa. A produção, que tem estreia prevista para 2026, marca os 30 anos da produtora República Pureza e traz para o centro da narrativa um tema potente: a luta de mulheres contra a violência nos anos 1970.

O histórico bairro da Passagem, com sua arquitetura original e charme bucólico, foi um dos fatores decisivos para a escolha da cidade como locação. Segundo o diretor, “além da natureza exuberante, Cabo Frio guarda paisagens urbanas que parecem congeladas no tempo. Isso, somado à infraestrutura e ao acolhimento, faz toda a diferença para uma filmagem como essa”. As gravações também acontecem na Praia do Foguete, onde o contraste entre beleza e silêncio reforça a densidade emocional da trama.

Filmagens aconteceram no bairro da Passagem e Foguete (Foto: PMCF)

E se as câmeras registram as emoções na ficção, nos bastidores quem brilha é a comunidade local. Cerca de 30 moradores foram convidados para atuar como figurantes, e diversos serviços da cidade estão sendo utilizados, como pousadas, restaurantes, equipes de segurança e transporte. É o cinema nacional movimentando a economia e ampliando o alcance de Cabo Frio para além do turismo: agora, como cenário vivo de uma história que promete tocar o público.

Com apoio institucional da Prefeitura de Cabo Frio e de diversos órgãos, como IPHAN, INEPAC, IMUPAC, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, a produção também reforça a importância de políticas públicas voltadas à cultura e ao audiovisual.

O filme acompanha três mulheres impactadas por um feminicídio que comoveu o país na década de 70. Débora Falabella vive uma repórter obstinada pela verdade; Naruna Costa, uma advogada determinada em levar o caso à justiça; e Camila Lucciola interpreta a vítima, presa a uma relação marcada pela violência. Com delicadeza e força, o enredo revela as diferentes formas de opressão enfrentadas pelas mulheres, costurando passado e presente em uma narrativa sensível e urgente.

Fonte: Fonte Certa