Ativistas exigem fim da exploração animal em ação global


Um caminhão de gado no mercado de Cañuelas.
LUIS ROBAYO / AFP

Um caminhão de gado no mercado de Cañuelas.

Neste domingo (16), ativistas  do Animal Save Movement promoveram a primeira ação global de 2025, reunindo pessoas em pontos estratégicos de mais de 70 cidades ao redor do mundo, incluindo países como Buenos Aires, Austrália, Canadá, Alemanha, Portugal, Espanha, Uruguai e Reino Unido.

O encontro teve como propósito expor as condições de exploração dos animais nos matadouros e motivar a sociedade a refletir sobre suas escolhas de consumo, buscando um “fim à exploração e ao sofrimento dos animais que eles enfrentam diariamente”.

Em Buenos Aires, na Argentina, a ação exibiu imagens com olhos de um touro escondidos atrás das grades de um caminhão em direção ao matadouro.

Os participantes se reuniram usando slogans marcantes como “Testemunhe a verdade” e “A compaixão é um ato de coragem”.  

Alexis Soto, coordenador nacional do Animal Save Movement, explicou ao jornal Clarín: “Acreditamos que o registro por meio de vídeos e fotos, após sua divulgação, é fundamental para que, como sociedade, possamos reconhecer os rostos daqueles que perpetuamos diariamente. Porque quando vamos às compras, vemos apenas ‘um produto’, dissociando quem estava lá um dia.”

Segundo Soto, a experiência de ver de perto o medo dos animais ao entrarem no matadouro é fundamental para despertar uma mudança interna em cada pessoa, incentivando uma reflexão sobre a distância que o sistema moderno mantém entre o consumidor e a origem dos alimentos.

Repensando o consumo

O movimento chama atenção especialmente para a permanência dos matadouros longe dos centros urbanos, questionando o que se esconde por trás dessa distância: “Sabemos que os matadouros ficam, em sua maioria, longe das cidades. E essa é uma pergunta comum que devemos nos fazer: Por que isso acontece? Por que não há matadouros no coração das cidades? Há algo que o sistema quer esconder? Há pessoas que podem parar de financiar uma injustiça se a virem em suas vidas diárias?”

A intenção é estimular o debate interno de cada indivíduo – longe das tradicionais polarizações do “ veganos vs. gaúchos” – para que, a partir do conhecimento dos fatos, possam optar por ações que respeitem a vida dos animais.

Rede global em busca de mudança social

O Animal Save Movement, que teve início em dezembro de 2010 com a criação da Toronto Pig Save, encontrou inspiração em figuras como León Tolstoi e Mahatma Gandhi para promover vigílias que, segundo seus idealizadores, poderão fechar os matadouros e construir um mundo vegano e ecológico.

Anita Krajnc, cofundadora, relatou ao jornal argentino Clarín que a inspiração surgiu ao ver “porcos tristes e assustados” durante passeios matinais em Toronto, o que os motivou a realizar várias vigílias semanais para testemunhar e divulgar a realidade sofrida dos animais.

Segundo o movimento, seu ativismo pacífico busca apenas informar e conscientizar, deixando claro que, ao final do dia, têm a responsabilidade de mostrar às pessoas o que estão financiando com suas decisões e ações.



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