Fábio do Pastel em maus “recheios”; rejeição de vetos expõe isolamento político

Na semana do Dia Internacional da Mulher, o prefeito de São Pedro da Aldeia, Fábio do Pastel, não anda agradando as bandas para o lado do Legislativo. Ocorre que a Câmara Municipal rejeitou por unanimidade dois vetos do Executivo a projetos de lei voltados às mulheres, ambos de autoria da vereadora Mislene de André. O episódio escancarou o distanciamento do prefeito em relação ao parlamento e reforçou a força da oposição, que tem ampliado seu domínio na Casa, onde até os vereadores da base do governo votaram pela derrubada dos vetos.

Os projetos vetados tratavam de temas sensíveis e de interesse direto da população feminina. O primeiro, o PL nº 064/2024, previa assistência psicológica às mulheres mastectomizadas no município. A justificativa do prefeito para barrar a iniciativa foi de que o atendimento já era oferecido por programas da rede municipal. Mas a vereadora Mislene de André rebateu, argumentando que a institucionalização desse suporte por lei garantiria que todas as mulheres tivessem acesso ao serviço, sem depender das incertezas da gestão municipal. Diante disso, a Câmara derrubou o veto sem hesitação.

Já o segundo veto recaiu sobre o PL nº 062/2024, que instituía a Semana Municipal da Maternidade Atípica. O governo alegou que a Secretaria de Assistência Social já desenvolvia ações sobre o tema, mas, mais uma vez, a justificativa não convenceu. A Câmara rejeitou o veto e manteve a proposta, evidenciando que o prefeito perdeu espaço até mesmo para debater pautas de impacto social.

O fato de os vetos terem ocorrido justamente no mês das lutas femininas não passou despercebido. Para muitos, foi um sinal claro da falta de sensibilidade do prefeito e de sua incapacidade de dialogar com a sociedade e com o Legislativo.

Oposição fortalece cerco contra o prefeito

E se os vetos já representaram um golpe na imagem de Fábio do Pastel, a movimentação dos ingredientes só azeda ainda mais a massa. Cabe voltarmos lá em janeiro, ainda na posse da nova legislatura, em que a oposição, composta por Zezinho Martins, Mislene de André, Vitinho de Zé Maia, Jackson Souza e Fernando Mistura, saiu vitoriosa na disputa interna e conquistou a maioria das comissões permanentes da Casa. Isso significa que o governo perdeu sua capacidade de articulação e vê seu mandato se tornar cada vez mais turbulento.

A fragilidade do prefeito também ficou evidente na eleição da Mesa Diretora. O governo apostava na vitória de Márcio Soares para a presidência da Câmara, mas foi surpreendido por um movimento estratégico da oposição com a entrada do vereador Jean Pierre a presidência, que deixou o governo sem chão e consolidou o domínio da oposição, o que impõe ainda mais dificuldades para Fábio do Pastel.

Enquanto isso, Fábio do Pastel assiste ao seu poder se esvair sem conseguir reagir. A rejeição dos vetos foi apenas mais um capítulo de uma gestão que parece cada vez mais encurralada. Sem apoio consistente na Câmara, sem articulação eficiente e acumulando derrotas políticas, o prefeito caminha para um segundo mandato marcado por dificuldades e desgastes.

Fonte: Fonte Certa