Líder da Síria promete punição pelo “derramamento de sangue”


O novo líder da Síria, Ahmad al Sharaa
Reprodução/ Redes Sociais

O novo líder da Síria, Ahmad al Sharaa

O novo líder da Síria, Ahmad al Sharaa, anunciou neste domingo (9) a formação de uma “comissão de investigação independente” sobre as “violações contra os civis” que deixaram mais de 1 mil mortos, segundo a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), em uma região ligada ao ex-ditador Bashar al Assad.

A violência começou na quinta-feira (5), depois que rebeldes alauítas, apoiadores do ditador exilado Bashar al-Assad, atacaram as forças de segurança na cidade de Jableh, em Latakia, berço da comunidade muçulmana alauíta, um ramo do islã xiita, da qual o clã Assad se origina.

Sharaa, que liderou o movimento rebelde responsável por derrubar Assad, em dezembro de 2024, disse que é preciso identificar os responsáveis e levá-los aos tribunais.

“Nós responsabilizaremos, com total determinação, qualquer um que esteja envolvido no derramamento de sangue de civis, que maltrate civis, que exceda a autoridade do estado ou explore o poder para ganho pessoal. Ninguém estará acima da lei “, afirmou Sharaa em um discurso transmitido em rede nacional.

 Ataques no litoral sírio mataram mais de mil pessoas
AFP

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“Hoje, enquanto estamos neste momento crítico, nos encontramos diante de um novo perigo – tentativas de remanescentes do antigo regime e seus apoiadores estrangeiros de incitar novos conflitos e arrastar nosso país para uma guerra civil, com o objetivo de dividi-lo e destruir sua unidade e estabilidade”, completou.

Assad foi derrubado em dezembro de 2024 por uma aliança de rebeldes islamitas sunitas liderada pelo grupo radical Hayat Tahrir al Sham (HTS) de Sharaa. Em seguida, fugiu para Moscou com sua família.

Essa é a maior onda de violência na Síria desde sua queda

De acordo com o Observatório, que tem sede no Reino Unido e possui uma extensa rede de informantes na Síria, foram mortos 745 civis, 125 membros das forças de segurança sírias e 148 combatentes leais a Assad. As autoridades sírias não informaram nenhum número oficial de mortos.

 Mobilização mundial

Segundo divulgado pela agência Reuters, os Estados Unidos e a Rússia pediram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas uma reunião a portas fechadas na segunda-feira (10) por causa da escalada da violência na Síria.

“Os Estados Unidos condenam os terroristas islâmicos radicais, incluindo jihadistas estrangeiros, que assassinaram pessoas no oeste da Síria nos últimos dias”, disse o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em um comunicado.

No Reino Unido, o ministro das Relações Exteriores, David Lammy, também se manifestou e disse que os relatos de mortes generalizadas de civis nas regiões costeiras da Síria são “horríveis”, pedindo às autoridades de Damasco que garantam que todos os sírios sejam protegidos da violência.

Conselho de Segurança das Nações Unidas deve se reunir nesta segunda (10)
Reprodução

Conselho de Segurança das Nações Unidas deve se reunir nesta segunda (10)

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, disse que as mortes de civis “devem cessar imediatamente”, enquanto a Alemanha pediu “veementemente a todas as partes que ponham fim à violência”.



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