Em impasse sobre ‘Golfo da América’, Justiça rejeita pedido da Associated Press para garantir acesso imediato à Casa Branca


Agência de notícias processou o governo americano após ter sido barrada de eventos presidenciais por se recusar a usar ‘Golfo da América’. Decisão da Justiça é temporária. Governo Trump completa um mês com centenas de ordens executivas assinadas
A Justiça dos Estados Unidos rejeitou um pedido da agência de notícias Associated Press (AP) para a retomada imediata do acesso de jornalistas do veículo à Casa Branca, nesta segunda-feira (24). A agência foi barrada de eventos presidenciais por se recusar a usar “Golfo da América” para se referir ao Golfo do México.
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Ao mover a ação, a AP justificou que as medidas adotadas pela Casa Branca violam a Constituição dos EUA e desrespeitam o princípio da liberdade de expressão. A agência disse ainda que produz conteúdo para o mundo inteiro e, por este motivo, optou por manter “Golfo do México” em reportagens.
Nesta segunda-feira, o juiz Trevor N. McFadden afirmou que a AP não conseguiu provar que sofreu danos irreparáveis ao ser banida de participar de eventos na Casa Branca e de voar no Air Force One, da Presidência dos EUA.
Por outro lado, o juiz pediu para que o governo norte-americano reveja o bloqueio e ordenou que ambas as partes forneçam mais informações sobre o caso. Após esta etapa, McFadden deve proferir uma nova decisão sobre o assunto.
Durante uma audiência, o juiz também admitiu que a medida adotada pelo governo é “problemática”, já que discrimina uma única organização.
Em um comunicado, a Casa Branca disse que o acesso de jornalistas ao Salão Oval da Casa Branca é um privilégio, e não um direito.
Histórico
Trump fala durante assinatura de decretos no Salão Oval da Casa Branca, em 13 de fevereiro de 2025
REUTERS/Kevin Lamarque
No dia 11 de fevereiro, o governo Trump impediu que um repórter da AP participasse de um evento no Salão Oval da Casa Branca. Na ocasião, a agência afirmou que a administração federal havia determinado que os jornalistas se alinhassem à ordem executiva que renomeou o Golfo do México.
“É alarmante que a administração Trump puna a AP por seu jornalismo independente. Limitar nosso acesso ao Salão Oval com base no conteúdo do discurso da AP não apenas impede severamente o acesso do público a notícias independentes, como viola claramente a Primeira Emenda”, declarou.
Nos dias seguintes, a AP também foi impedida de participar de uma coletiva de imprensa com Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, e de voar no Air Force One, da Presidência dos Estados Unidos. É comum que jornalistas de vários veículos acompanhem a viagem presidencial na aeronave.
Na semana passada, Trump afirmou que manteria a Associated Press fora de todos os eventos da Casa Branca até que a agência concordasse em usar o termo “Golfo da América”.
Cerca de 40 organizações de notícias assinaram uma carta organizada pela Associação de Correspondentes da Casa Branca, pedindo que o governo revertesse sua política contra a AP.
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