Com uma derrota para a favorita Dinamarca, terminou nesta quarta-feira (29) a boa campanha construída pela seleção brasileira masculina no Mundial de handebol.
Com uma trajetória surpreendente que contou com vitórias contra equipes de mais tradição na modalidade, como Noruega, Suécia e Espanha, o Brasil avançou pela primeira vez às quartas de final da competição.
No primeiro compromisso na fase de mata-mata, a seleção brasileira teve pela frente a forte equipe dinamarquesa, atual tricampeã mundial, ouro olímpico nos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro, prata nos Jogos realizados em 2021, em Tóquio, e ouro novamente em Paris, em 2024.
Em partida disputada na Unity Arena, em Oslo, capital norueguesa, a Dinamarca foi bem superior e não deu chances para o time verde-amarelo.
Após os favoritos terem feito 10 a 3 nos primeiros minutos do jogo, o Brasil até conseguiu reduzir bem a diferença, indo para o intervalo em desvantagem de 15 a 12.
Na segunda etapa, o domínio dos europeu continuou, e a Dinamarca fechou o jogo com 33 a 21.
A derrota não apaga o surpreendente desempenho da equipe brasileira durante o Mundial, que ocorre na Noruega, na Dinamarca e na Croácia.
Depois de não ter conseguido a classificação para os Jogos de Paris, a seleção brasileira iniciou um processo de renovação, apostando em uma mescla entre jovens talentos e nomes mais experientes.
Haniel Langaro, 29, com 28 gols, foi o artilheiro da seleção no Mundial. Rangel da Rosa, 28, teve atuação destacada e foi um dos goleiros com mais defesas na competição, enquanto o jovem lateral Bryan Monte, 21, despontou como um dos principais nomes da nova geração.
A campanha do Brasil começou com uma grande vitória já na estreia. Mesmo jogando em Oslo, na casa dos adversários, o Brasil bateu a favorita Noruega —duas vezes vice-campeã mundial, em 2017 e 2019—, por 29 a 26. Foi o quinto confronto entre as duas seleções em Mundiais e a primeira vitória brasileira.
Na segunda rodada, o Brasil até começou bem a partida, mas acabou tomando a virada contra Portugal (30 a 26), na única derrota na competição nas fases de classificação.
Na sequência, venceu a equipe dos Estados Unidos também de virada, por 31 a 24, assegurando sua vaga na segunda fase do Mundial.
No compromisso seguinte, a seleção manteve o retrospecto positivo contra o Chile, com uma vitória por 28 a 24.
Em seguida, encarou a poderosa Suécia, tetracampeã mundial e com quatro pratas olímpicas na bagagem, e conseguiu um importante triunfo por 27 a 24.
Foi a primeira vitória sobre os suecos em uma partida oficial, assegurando a seleção brasileira pela primeira vez nas quartas de final.
Com a vaga no mata-mata garantida, o Brasil ainda encarou a Espanha —bicampeã mundial e bronze em Paris-2024— na última rodada da segunda fase e conseguiu mais um grande resultado. A vitória por 26 a 25 foi também a primeira contra os espanhóis em partidas oficiais.
Esta foi a 17ª participação consecutiva da seleção brasileira no Mundial. O melhor resultado até então havia sido o novo lugar, conquistado em 2019.
Folha de S.Paulo