A Polícia Federal investiga o rastreamento do dinheiro utilizado para financiar um plano que visava o assassinato de autoridades, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB-SP) e o ministro Alexandre de Moraes . O inquérito apura a suposta participação do general Walter Braga Netto no financiamento de ações extremistas.
De acordo com informações das investigações, divulgadas pelo jornal O Globo, Braga Netto teria entregado recursos ao major Rafael de Oliveira, que seriam usados na compra de celulares destinados à execução de atividades ilícitas.
Relatos indicam que o dinheiro foi entregue em uma sacola de vinho, com recursos supostamente oriundos de setores do agronegócio, conforme depoimento do tenente-coronel Mauro Cid.
A operação, denominada “Punhal Verde Amarelo”, detalhou o planejamento de ações clandestinas.
Segundo o relatório, a logística incluía reuniões secretas realizadas na residência de Braga Netto em Brasília, com estimativa de custos de aproximadamente R$ 100 mil, incluindo despesas com hospedagem, alimentação e materiais.
O ministro Alexandre de Moraes destacou, em decisão judicial, que há “fortes indícios e substanciais provas” do envolvimento de Braga Netto no planejamento e financiamento de um golpe de Estado.
A ação incluiria a detenção e possível execução de Moraes, além do assassinato de Lula e Alckmin, candidatos eleitos nas eleições de 2022.
COPA 2022
As investigações também identificaram um grupo chamado “Copa 2022”, composto por ao menos seis militares das Forças Especiais. Eles utilizavam alcunhas relacionadas a países, como “Alemanha” e “Argentina”, para manter anonimato.
A comunicação era feita por meio de celulares descartáveis habilitados com chips registrados em nomes de terceiros.
No dia 15 de dezembro de 2022, integrantes desse grupo realizaram uma ação clandestina em Brasília com o objetivo de prender ou executar o ministro Alexandre de Moraes. A ação foi frustrada, e os envolvidos foram presos em novembro deste ano.
Braga Netto foi detido sob acusação de obstrução de justiça. A Procuradoria-Geral da República deverá avaliar a apresentação de denúncia formal contra o general.