Em segundo lugar, outro fator relevante é a escassez de investimento em políticas públicas culturais que integrem devidamente a arte de periferia. Isso porque, historicamente, há uma tendência em alocar recursos voltados a produções consideradas mais convencionais ou de maior apelo comercial, produzidos, predominantemente, por artistas mais renomados e pertencentes a classe sociais mais abastadas, enquanto as expressões artísticas periféricas recebem menos atenção e apoio. A ausência de um apoio financeiro e estrutural adequado impede que artistas das periferias possam desenvolver plenamente seus trabalhos, o que resulta em uma circulação restrita de suas obras e uma consequente menor valorização. Nesse contexto, são raros os reconhecimentos a talentos como Emicida, que emergiu da periferia de São Paulo e que, frequentemente, aponta a falta de apoio estatal e infraestrutura adequadas para a disseminação dessas obras. Consequentemente, isso limita a capacidade de desenvolvimento dos artistas periféricos, perpetuando um ciclo de invisibilidade.
