A imunoterapia tem sido um dos grandes avanços no tratamento contra o câncer ultimamente. Esse tipo de terapia usa o próprio sistema imunológico do paciente para combater os tumores.
No congresso anual da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (Esmo), em Barcelona, especialistas apresentaram novos resultados da técnica e os dados são promissores.
Além disso, associada à quimioterapia, a imunoterapia permitiu uma melhora na sobrevivência ao longo prazo de pacientes com câncer triplo negativo, uma forma grave e resistente de câncer de mama. A taxa de sobrevivência global em cinco anos foi de 86,6% com o novo método. Já no grupo placebo, 81,7%.
O que é
A imunoterapia é uma abordagem diferente da quimioterapia porque não ataca diretamente as células tumorais.
O objetivo aqui é fazer com que o próprio corpo do paciente identifique e destrua as células cancerígenas.
Para isso, é possível aplicar o tratamento de várias formas. A primeira a partir de anticorpos monoclonais, que são medicamentos endovenosos ou subcutâneos.
Já uma segunda funciona com as Cart T-Cells, células produzidas em laboratório a partir das células de defesa do organismo. Além disso, há também a imunoterapia tópica, aplicada na forma de creme, ou imunoterapia via oral, administrada em comprimidos.
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Cura mais
Segundo Franços-Clément Bidard, oncologista do Instituto Curie em Paris, os dados do câncer triplo negativo mostram que a imunoterapia aumenta a eficácia da quimioterapia.
Em alguns casos, a técnica também eliminou completamente as células tumorais antes mesmo da operação.
“Agora esperamos menos recaídas, portanto, curar mais, que é o objetivo final em oncologia”, comentou Benjamim Besse, oncologista médico no Hospital Gustave-Roussy, em entrevista à AFP.
Pacientes se beneficiam
Michèle Borges-Soler, de 51 anos, foi uma das beneficiadas pelo tratamento.
Hoje, em remissão de um câncer de mama triplo, ela operou em junho de 2023 e não toma nenhum medicamento desde janeiro.
“Acho que é possível que nunca haja uma recaída”.
Dúvidas existem
Apesar dos dados positivos, a comunidade científica ainda enfrenta alguns desafios.
A imunoterapia não funciona em algumas pessoas e, em alguns pacientes, mesmo o sistema imunológico respondendo ao tratamento inicialmente, os cânceres recaem.
Os efeitos colaterais também existem e é por isso que para a administração do tratamento, estes devem ser considerados de perto.
A técnica pode ser administrada de várias formas. Foto: AFP.