Com trilha de cinema e em meio a ameaça de guerra total com Israel, Hezbollah divulga vídeo exibindo arsenal; VEJA




Em conflito direto com Israel, o grupo libanês anunciou os alvos de seus ataques desta quinta-feira (26) e mostrou seu potencial bélico nas redes sociais com a legenda: ‘Mas foi Deus que lançou’. Hezbollah exibe arsenal de mísseis em vídeo nas redes sociais
O Hezbollah, grupo extremista do Líbano que está em conflito direto com Israel, usou suas redes sociais para exibir seu potencial bélico nesta quinta-feira (26).
Em vídeo, superproduzido e com trilha sonora digna de filme de Hollywood, a organização mostra mísseis sendo disparados e muitas explosões. Na legenda, apenas uma frase:
“Mas foi Deus que lançou”.
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Mísseis sendo disparados em vídeo do Hezbollah
Telegram/Reprodução
Após postar as imagens, o Hezbollah também revelou os alvos de seus ataques desta quinta em um comunicado. Entre eles, “o quartel-general de reserva do Corpo do Norte, a base de reserva da Divisão de Galileia e seus depósitos logísticos em Amiaad com uma série de foguetes”.
Imagens registradas perto da cidade de Safed mostram o sistema de defesa antimísseis de Israel interceptando alguns dos foguetes lançados pelo grupo extremista. As Forças de Defesa israelenses confirmaram o ataque:
“Após as sirenes que soaram entre 16:06 e 16:08 na área da Alta Galileia, aproximadamente 40 projéteis foram identificados cruzando do Líbano para o território israelense. Vários projéteis foram interceptados, outros foram identificados como impactando na área”.
Sistema antimísseis de Israel interceptando foguetes do Hezbollah
Telegram/Reprodução
Israel rejeita cessar-fogo
Autoridades do governo de Israel anunciaram nesta quinta-feira (26) que rejeitaram a proposta de cessar-fogo com o Hezbollah feita por Estados Unidos e França.
O ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, afirmou que não haverá um cessar-fogo com o grupo extremista libanês Hezbollah.
“Não haverá cessar-fogo no norte [de Israel]. Nós vamos continuar lutando contra a organização terrorista Hezbollah com toda a nossa força até a vitória e o retorno seguro dos moradores do norte para suas casas”, escreveu Katz na rede social X.
Bombardeios israelenses atingem depósitos de armas e mais de 70 alvos do Hezbollah
Mais cedo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que não havia respondido à proposta das potências ocidentais.
A ideia aventada por EUA e França era uma trégua de 21 dias para que houvesse tempo de tentar estancar a escalada do conflito por vias diplomáticas.
As Forças de Defesa de Israel informaram nesta quinta que realizaram um exercício de treinamento de invasão por terra perto da fronteira com o Líbano. “Durante o exercício, as tropas aprimoraram a sua prontidão operacional e logística para vários cenários de combate em território inimigo na frente norte”, diz um comunicado dos militares.
Israel também afirmou que um comandante militar do Hezbollah foi morto durante ataques conduzidos no sul da capital libanesa, Beirute.
23 mortos em bombardeio na madrugada
Ataques aéreos feitos pelas Forças Armadas de Israel mataram ao menos 23 sírios em um edifício da cidade libanesa de Younine, informou a agência Reuters. Os bombardeiros foram na madrugada desta quinta-feira (26), pelo horário de Brasília, e também atingiram cerca de 75 alvos do Hezbollah no Líbano.
Segundo o prefeito da cidade, Ali Qusas, que foi ouvido pela agência, a maioria das vítimas eram mulheres e crianças. Elas estavam em um edifício de três andares. Além disso, oito pessoas ficaram feridas.
Segundo as Forças Armadas de Israel, instalações de armazenamento de armas e mísseis prontos para uso na região de Bekaa estão entre os locais bombardeados durante os ataques.
Na quarta-feira (25), o Ministério da Saúde do Líbano confirmou que os ataques israelenses resultaram em 72 mortos e 392 feridos. Desde o início dos bombardeios aéreos, na segunda-feira, até quarta, as autoridades libanesas afirmam que mais de 620 pessoas morreram.
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Premiê exige cessar-fogo
O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, afirmou que Israel está matando civis por meio de bombardeios contra o território libanês. O premiê discursou na quarta durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir a crise no Oriente Médio. Mikati pediu um cessar-fogo imediato.
Ele afirmou que, enquanto Israel diz estar atacando apenas estruturas do Hezbollah, os hospitais libaneses estão sobrecarregados com civis feridos, incluindo mulheres.
“Os libaneses rejeitam a guerra e acreditam na estabilidade. Israel nunca parou de violar as resoluções adotadas pela ONU. O Líbano não está pedindo por caridade”, afirmou.
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Israel não quer ‘guerra total’
Na sequência, o enviado de Israel nas Nações Unidas, Danny Danon, disse que o país está exercendo o direito de se defender. Danon lembrou que o Hezbollah está disparando mísseis e foguetes contra cidades israelenses.
O representante de Israel também garantiu que as Forças de Defesa de Israel estão executando ataques com “precisão” contra alvos do Hezbollah. “Israel não quer uma guerra total”, afirmou.
Danon ainda acusou o Irã de ser a “aranha no centro da teia de violência” no Oriente Médio. Para o israelense, não haverá paz na região até que “a ameaça seja desfeita”. O Irã apoia o Hezbollah.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deve chegar aos Estados Unidos nesta quinta. No dia seguinte, ele deve discursar na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Israel x Hezbollah
Israel afirmou que está conduzindo uma operação militar na fronteira com o Líbano para que moradores da região possam voltar para casa. Esses israelenses deixaram a área por causa de ataques do grupo extremista Hezbollah, que atua no Líbano.
Hezbollah e Israel possuem um histórico de desavenças, que já resultou em uma guerra em 2006. O conflito na região voltou a se intensificar em outubro de 2023. À época, o grupo terrorista Hamas invadiu Israel, o que resultou na morte e sequestro de civis.
Em resposta, Israel declarou guerra contra o Hamas e bombardeou a Faixa de Gaza. Desde então, o Hezbollah vem lançando foguetes contra Israel para demonstrar apoio ao Hamas e aos moradores de Gaza.
Na semana passada, pagers e walkie-talkies usados por membros do Hezbollah explodiram em uma ação coordenada. Em seguida, Israel anunciou que estava movendo tropas para a região de fronteira com o Líbano.
Israel também lançou uma série de bombardeios contra o Líbano, justificando que estava atacando estruturas do Hezbollah.
Diante disso, a ONU levantou preocupações sobre uma guerra total no Oriente Médio.
“O Líbano está à beira do precipício. O povo do Líbano, o povo de Israel e o povo do mundo não podem permitir que o Líbano se torne outra Gaza”, disse o Secretário-Geral da ONU, António Guterres.



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