Avaliação: a nova Chevrolet S10 é uma reação suficiente para o mercado?


Por Flávio Silveira

Eleita Compra do Ano 2024 por ser uma rival extremamente competitiva para a líder absoluta de vendas Toyota Hilux (que vende hoje quase o dobro da segunda colocada), a Chevrolet S10 mudou de novo – mas, outra vez, sem mudar de geração. É verdade que, embora ainda tenha a mesma plataforma desde 2012, a Hilux também está desatualizada, e a picape americana feita em São José dos Campos (SP) evoluiu muito ao longo do tempo. Como mostramos na edição passada, teve mudanças profundas em motor e câmbio, e agora no visual (por dentro e fora) e nas suspensões, ganhou ajuste de profundidade de volante, caçamba com trava elétrica, entre outras novidades…

Mas tem hora que fica difícil disfarçar a idade, e não dá para bobear quando se é a vice-líder. Por isso, a S10 acaba de ser ultrapassada pela mais potente e moderna Ford Ranger – um sucesso de crítica e de público, pois roubou não apenas o título do prêmio, mas também sua vice-liderança de vendas na categoria (em julho e no total do ano). Essa informação sai enquanto avalio a luxuosa versão topo de linha High Country, toda cheia de cromados. Por R$ 311.990, ela tem mimos dispensáveis como diversos ADAS, apoio de braço traseiro, banco elétrico e um santantônio de fibra, e não atrai tanto quanto a esportiva/aventureira Z71, com melhor custo-benefício (R$ 289.990).

+ Teste: Ford Ranger passa por uma transformação total
+ Volkswagen Amarok muda de cara, mas mantém o preço e o coração de V6

(Divulgação)
(Divulgação)
(Divulgação)
(Divulgação)

A velha cabine foi atualizada com materiais melhores e um conjunto de telas para ter um ar mais moderno. As trocas de marchas podem ser feitas movimentando a alavanca

Saindo de uma Ram Rampage, logo me lembro de uma das vantagens de uma picape média “de verdade”, sobre chassi – a altura exagerada. Junto do capô alto, a sensação é de poder. Mas pena que uma versão “luxuosa” tem o mesmo painel simples da Spin: é limitada em opções visuais e não dá pra ver consumo e contagiros ao mesmo tempo, por exemplo, sem usar a tela central. O acabamento também foi aprimorado com materiais macios, mas a S10 merecia um pouco mais.

Bem-vindas foram as mudanças no motor, que aumentaram potência e torque e, junto da nova transmissão de oito marchas, garantem um desempenho quase tão bom quanto o da Ranger V6 – e com as trocas sequenciais feitas movimentando a alavanca (melhor que na Ranger, que tem botões).

Em conforto ao rodar, a velha S10 já ficava entre as melhores, e agora ganhou suspensões mais macias. No off-road, porém, apesar de bruta e bem valente, fica devendo bloqueio do diferencial (e um 4×4 pra usar no asfalto).

Concorrentes

FORD RANGER LIMITED V6 R$ 326.990
TOYOTA HILUX SR-V PLUS R$ 333.290

Chevrolet S10 High Country

Preço básico R$ 254.900 (cabine dupla)
Carro avaliado R$ 311.990

Motor: quatro cilindros em linha 2.8, 16V, duplo comando de válvulas, injeção direta, turbo com geometria variável Combustível: diesel
Potência: 207 cv a 3.400 rpm
Torque: 510 Nm a 2.000 rpm
Câmbio: automático com trocas sequenciais, oito marchas
Direção: elétrica
Suspensões: braços sobrepostos (d) e eixo rígido com molas semielípticas (t)
Freios: discos ventilados (d) e tambor (t)
Tração: 4×2 traseira ou 4×4, com reduzida
Dimensões: 5,361 m (c), 1,874 m (l), 1,831 m (a)
Entre-eixos: 3,096 m
Pneus: 265/60 R18
Caçamba: 1.329 litros ou 1.044 kg
Peso: 2.104 kg
Tanque: 76 litros
0-100 km/h: 9s4
Velocidade máxima: 180 km/h
Consumo cidade: 9,5 km/l
Consumo estrada: 11,4 km/l
Nota do Inmetro: D
Classificação na categoria: B (Picape)



Motor Show