Nós, jornalistas, não aprendemos.
Claro, a culpa é sempre da imprensa, embora vocês, rara leitora e raro leitor, sejam também fartamente responsáveis, pois exigem nossas previsões furadas e, muitas vezes, arrogantes.
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Pesquise para saber o que andam dizendo os especialistas sobre o sorteio dos grupos da Libertadores.
A unanimidade é tamanha que ninguém cogita a possibilidade de algum dos sete brasileiros ficar fora da fase seguinte, o mata-mata das oitavas de final.
Os nove times hermanos que se virem, porque Atlético Mineiro, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Palmeiras e São Paulo se classificarão. Por mais que ultimamente sejamos testemunhas de eliminações tratadas, então e é claro!, como precoces, surpresas que viram vexames para justificar o palpite furado.
Alguém já disse que o jornalista esportivo é o idiota de plantão, porque se arrisca a fazer previsões em média com 50% de possibilidades de acertar, e outros tantos de errar, e mesmo assim insiste.
Quando acerta apenas cumpre com a obrigação, segundo os leitores, ouvintes e telespectadores. Quando erra não passava de um cretino.
Sim, acontece também com economistas, muuuito, e cada vez menos com meteorologistas.
Longe daqui desmerecer as análises dos que conhecem profundamente os 32 times do torneio continental.
Como ficará distante daqui apostar na diferença de investimentos e na quantidade de estrelas dos clubes nacionais para cravar que todos passarão.
Nem na Libertadores nem, muito menos, na Copa Sul-Americana.
Digamos, com muita boa vontade, que o futebol da América do Sul é hoje equivalente à segunda divisão do praticado na Europa.
E que a Sul-Americana é a Série B da Libertadores.
Lá temos outros sete clubes: Athletico, Bragantino, Corinthians, Cruzeiro, Cuiabá, Fortaleza e Internacional.
A simples leitura do hepteto revela quatro clubes em ascensão no país e três que já viveram tempos muito melhores —cinco taças Libertadores e três Mundiais acumulados.
Peguemos o confronto entre São Paulo, tricampeão mundial, o clube brasileiro mais vitorioso da história, e o Talleres, que se repetirá em 2024.
Pois os argentinos empataram duas vezes com o Tricolor na Copa Mercosul, em 2001, e o eliminaram da pré-Libertadores, em 2019, com Arboleda e tudo. A eliminação chegou a ser tratada como a maior vergonha do clube do Morumbi.
Nos quatro jogos que disputaram, houve três empates sem gols e uma vitória cordobesa, por 2 a 0.
O São Paulo era o favorito, como é agora, e como foi contra o Ituano, pelo menos na cabeça dos são-paulinos, ainda embriagados pela conquista, imagine, da Supercopa do Brasil.
Agora olhe com isenção para os sete da Sula: contra qual dos outros seis o Corinthians, hoje, seria favorito?
Só contra o Cruzeiro, vítima do mesmo mal que tem assolado o alvinegro nos últimos anos.
Portanto, raras e raros, esta humilde coluna se reserva o direito de ficar em cima do muro.
Porque toda unanimidade é burra, como disse Nelson Rodrigues, que deu imperdível entrevista ao querido Tostāo.
Finalmente, o que será da seleção brasileira neste sábado (23) diante da inglesa de Bellingham, Cane, Foden e Saka?
Previsão, epa!, de catástrofe em Wembley.
Dorival Júnior merecia melhor sorte com o adversário em sua estreia —a Venezuela, talvez?
Bobagem. Nas eliminatórias deu empate…
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