Um grupo de rabinos e especialistas em diálogo judeu-cristão escreveu uma carta ao papa Francisco agradecendo pelo apoio.
“Nos conforta o fato de que Vossa Santidade tenha estendido a mão aos judeus de todo o mundo, e especialmente aos de Israel, neste momento de grande sofrimento”, disseram, em referência à guerra entre Israel e Hamas.
Eles enfatizaram também o compromisso do pontífice “em se opor ativamente ao antissemitismo, que ultimamente assumiu proporções desconhecidas para a maioria de nós durante nossas vidas”.
A carta, destacada na primeira página do jornal do Vaticano Osservatore Romano, é assinada por Jehoshua Ahrens (Frankfurt/Berna), Yitz Greenberg (Jerusalém/Nova York), David Meyer (Paris/Roma), Karma Ben Johanan (Jerusalém) e Malka Zeiger Simkovich (Chicago).
“O esforço da Igreja em cultivar compreensão onde antes havia rivalidade, amizade onde antes havia hostilidade e empatia onde antes havia desprezo transformou nossas comunidades e deixou uma marca duradoura em nossas histórias”, escreveram.
“Na sua carta, Santidade, encontramos uma confirmação desse compromisso, que assume ainda mais importância neste momento em que a instabilidade ameaça até mesmo os relacionamentos cultivados por muitas décadas”, complementaram os especialistas.
O texto é uma resposta a uma carta do Papa, de 2 de fevereiro, “aos irmãos e irmãs judeus de Israel”.
Esse documento foi, por sua vez, uma resposta ao mesmo grupo de rabinos que pediram “uma proximidade renovada entre judeus e cristãos” diante do conflito no Oriente Médio.
“As palavras que vêm do coração entram no coração. Estamos vivendo um momento histórico que requer perseverança, esperança e coragem.
O poder transformador é para nós uma inspiração, pois demonstra que a fraternidade pode ser recuperada mesmo no conflito mais difícil”, disseram os rabinos, na correspondência.
“Nos unimos aos nossos irmãos e irmãs católicos em sua convicção de que as religiões podem ser forças criativas, imbuídas do poder de abrir caminhos que de outra forma permaneceriam fechados”.
A carta termina lembrando que “a dor dos habitantes desta Terra, sejam judeus, cristãos, muçulmanos, ou outros, afeta nossas vidas e nosso futuro, e nos unimos a Vossa Santidade em oração pela paz, pelo fim do terror, pela cura dos feridos e pelo conforto a todos aqueles que estão aflitos e lamentando”.