A Embrapa Pecuária Sul em parceria com a empresa Cimabra (Indústria e Comércio de Manufaturados de Fibras) assinam um convênio para o desenvolvimento de mantas a partir de lã de ovelha para uso na fruticultura.
O produto tem indicação para utilizar a lã ovina de finura grossa como produção de um insumo que protegerá mudas de árvores frutíferas.
Pesquisa mantas de lã ovina para fruticultura
No projeto, que tem previsão de duração de três anos, serão realizados diferentes ensaios com o produto, desde o desenvolvimento de protótipos até testes em campo. Segundo a pesquisadora Magda Benavides, da Embrapa Pecuária Sul,a perspectiva é que as agromantas possam auxiliar no desenvolvimento de árvores frutíferas.
A ideia é que o insumo traga ganhos em produtividade, sustentabilidade e diminuição de custos na fruticultura, além de dar uma destinação para tipos de lã de ovelha que ainda não têm demanda no mercado, como uso de lãs mais grossas, que atualmente o preço pago ao produtor não cobre o custo da retirada da lã dos animais.
O projeto conta com a participação de pesquisadores da Embrapa Clima Temperado e da Embrapa Uva e Vinho.
Para a pesquisadora, entre as principais vantagens está a capacidade da lã de ovelha de absorção da água da chuva com liberação lenta para as mudas das árvores no solo. As agromantas também podem ser utilizadas para o bloqueio da luz solar no entorno da muda, mantendo a umidade e inibindo o desenvolvimento de plantas indesejadas, possibilitando a diminuição no uso de insumos químicos e de mão de obra para a capina.
“Além disso a lã é biodegradável e possui 16% de nitrogênio e 3% de enxofre, podendo servir como fertilizante também”, salientou.
Primeiros testes
No projeto as agromantas serão testadas inicialmente em mudas de oliveiras e de nogueira-pecã, espécies bastante produzidas no Rio Grande do Sul, mas tem potencial para ser utilizada com outras espécies arbóreas e na olericultura.
Os testes irão avaliar a possibilidade de produção, comercialização e uso desse insumo, além de analisar se o produto traz mesmo benefícios para o desenvolvimento das árvores e viabilidade econômica de sua produção e uso.
Por outro lado, segundo a pesquisadora, se o produto for viável pode ser uma opção para os ovinocultores comercializarem a lã de seus rebanhos, aumentando a possibilidade de renda com este produto.