veja como reduzir os impactos da seca na cultura


A seca é um problema recorrente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. Em época de influência do fenômeno La Niña, a estiagem provocou perdas nos quatro estados de 403 milhões de sacas de soja, na safra 2021/22, segundo estimativa da Embrapa , um prejuízo de US$ 14,9 bilhões.

Com os fenômenos climáticos e seus efeitos cada vez mais intensos na agricultura, a Embrapa Soja desenvolveu o Programa de Tecnologias para o Enfrentamento da Seca na Soja (Tess), que busca consolidar redes de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e de transferência de tecnologias (TT) para ampliar o aporte de inovações e intensificar a adoção de estratégias agronômicas para reduzir os danos da seca nas lavouras.

Efeitos dos fenômenos climáticos tem influenciado cada dia mais a agricultura.
Efeitos dos fenômenos climáticos tem influenciado cada dia mais a agricultura. Foto: Divulgação

Seca na cultura da soja

Os problemas com o clima na cultura da soja exigem ações coordenadas. Segundo o chefe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Soja, Adeney de Freitas Bueno, as previsões indicam que nos próximos 10 anos, entre os seis principais desafios da humanidade estão relacionados ao clima e ao meio ambiente.

“A seca é um problema recorrente que vem causando perdas de produtividade de grãos de forma geral nos últimos anos, incluindo a soja. A safra 2021/22 teve a pior seca com piores prejuízos dos últimos 90 anos”, aponta o pesquisador.

Entre as principais estratégias está a diversificação de culturas.
Entre as principais estratégias está a diversificação de culturas. Foto: Divulgação

Estratégias para reduzir os efeitos da seca na soja

Para enfrentar a seca na cultura da soja, Adeney explica que dentro do Programa Tess da Embrapa Soja, há informações desde a pesquisa básica até a transferência de tecnologia, que leva para o produtor rural o que já foi aprovado pela Embrapa.

“Quando a seca se instala no campo existem poucas alternativas a serem tomadas, por isso é importante ações preventivas. O projeto tem desde pesquisas para melhorar a estrutura, manejo do solo, desenvolver cultivares mais tolerantes, até programas de transferência de tecnologia, criação de Landing Pages, deixando essas informações de fácil acesso para o agricultor, para que ele possa adotar essas tecnologias e ter melhores condições de garantir uma boa produtividade mesmo em condições adversas”.

O Brasil cultiva soja em cerca de 43 milhões de hectares de soja, em condições de clima subtropical e tropical, com agricultura praticada em condições de solos muito pobres em qualidade química, física, biológica e fitossanitárias. Por isso, o coordenador do Programa Tess, o pesquisador da Embrapa Soja, José Salvador Foloni, aponta que entre as principais estratégias recomendadas para reduzir os efeitos da seca na safra da oleaginosa, que incluem a diversificação de culturas e adoção de práticas de manejo de solo.

“Quando a gente fala de diversificação, de sistema plantio direto, é no sentido de aumentar a capacidade o armazenamento de água no solo e também de crescimento das raízes das plantas e tornar essa lavoura mais capacidade para enfrentar os efeitos da seca, que são comuns no Brasil”, explica Foloni.

Além disso, o pesquisador aponta que o desenvolvimento de cultivares mais tolerantes auxilia na prevenção dos danos da seca. Com a biotecnologia, é possível levar aos produtores cultivares mais adaptadas ao ambiente, que são realizados por meio da edição gênica.

Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC)

Entre as principais estratégias de mitigação da seca na cultura da soja, recomendadas pela Embrapa Soja, está o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), programa de iniciativa da instituição, que tem metodologias e mapas que são desenvolvidos para cada município de cultivo da soja, por exemplo, que indica os níveis de risco, quais as melhores épocas de semeadura com o menor risco de prejuízo. Os agricultores que utilizam o programa são amparados pelo Ministério da Agricultura (Mapa), como critério para conseguir crédito de seguro agrícola.

O Programa Tess está desenvolvendo uma atualização do Zarc, com todo o zoneamento de risco climático associado aos níveis de manejo, que vai favorecer o agricultor com políticas públicas para premiá-lo por boas práticas agronômico em manejo, conservação do solo e água.

Como acessar o Programa Tess?

O agricultor pode ficar por dentro de todas as tecnologias e estratégias para enfrentamento da seca na cultura da soja, através da publicação do Programa Tess.  É possível entrar em contato com a Embrapa Soja pelo site e também pelo telefone (43) 3371-6000.



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