Esposa de suspeito por morte de grávida diz temer que algo aconteça com ela caso o contrarie

Em depoimento à Polícia Civil obtido pelo GLOBO, a esposa de Diogo Viola de Nadai observou temer que o marido seja o mandante da morte de Letycia Peixoto Fonseca. Apesar de acreditar que ele não tenha envolvimento com o crime, ela disse na 134ª DP (Campos) que seu medo é que “algo possa acontecer com a sua pessoa quando contrariar os interesses” de Diogo na empresa em que são sócios. Casados no papel, a esposa informou que o casal está separado desde 2019.

Assim como Diogo, sua esposa é professora de Química do Instituto Federal Fluminense (IFF). Em seu depoimento, a cônjuge disse que os dois mantém um relacionamento “apenas de amizade” após a separação e que nunca soube de traições de Diogo. O ex-companheiro, por sua vez, afirmou à Polícia Civil que a esposa desconfiara que estaria sendo traída à época do relacionamento dos dois.

A professora disse não conhecer Letycia, mas sabia que Diogo estava em outro relacionamento. Após o crime, foi informada pelo ex-companheiro que ele iria “socorrer uma pessoa que tomou um tiro”, mas só foi informada que a baleada era Letycia no dia seguinte: ao chegar da rua, Diogo disse à esposa que a pessoa com quem se relacionava havia sido baleada.

Por ter acompanhado o noticiário das páginas locais do Instagram, a esposa disse à Polícia Civil ter ligado os fatos e questionado Diogo se referia à grávida baleada, além de perguntar se era o pai do filho esperado por ela, fato que teria sido confirmado por ele.

A esposa informou também ser sócia de Diogo em uma loja de calçados de um shopping de Campos, apesar de seu nome não constar na sociedade. Foi a essa empresa que a cônjuge se referiu ao dizer à polícia que teme que algo lhe aconteça caso contrarie interesses de Diogo.

A esposa, mesmo após a separação, chama Diogo de “meu amor” e informou que isso é “apenas uma relação de amizade, pois tem carinho um pelo outro”. Na 134ª DP, a declarante usava aliança, porém disse ainda fazer o uso porque “não quer se relacionar com ninguém”, além de afirmar que há cinco anos não transa com Diogo.

Diogo e a cônjuge se conheceram na faculdade de Química, no Espírito Santo, em 2002 e começaram a se relacionar três anos depois. Em 2010, casaram-se, mas, segundo a esposa, o casamento — “que não era de atrito” — desgastou-se com o tempo.

A esposa, que hospedava os pais de Diogo em sua casa, em Campos, contou também à 134ª DP que viajou com a família do professor para Nova York no natal de 2021, cidade na qual uma irmã de Diogo residiria.

Letycia Peixoto Fonseca foi morta a tiros enquanto deixava uma tia em casa, na rua Simeão Scheremeth no último dia 2. Grávida de oito meses, ela chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu. Seu filho, Hugo, nasceu com vida, mas morreu na manhã seguinte.

Segundo a família da vítima, Diogo dizia estar em processo de divórcio e que o casal vivia uma relação de idas e vindas pelo fato do professor se esquivar de apresentar sua família a Letycia.

Fonte: Fonte: Jornal Extra