O sargento do Exército Odilon Bustamante se apresentou à polícia na noite deste sábado (4) após o atropelamento e morte de Dilceia Nascimento em Realengo, na Zona Oeste do Rio, na noite de sexta-feira (3). Familiares da vítima dizem que era ele quem dirigia o veículo no momento do acidente.
Odilon chegou à delegacia acompanhado de um advogado e deve prestar depoimento na segunda-feira (6).
O Comando Militar do Leste (CML) confirmou que ele é militar e disse que o caso está sob a responsabilidade dos órgãos de Segurança Pública.
O CML reiterou que “o Exército brasileiro não compactua com irregularidades, repudiando atitudes e comportamentos que estejam em conflito com a lei, com os valores militares e com a ética castrense.”
Dilceia, de 52 anos, foi atropelada por um veículo desgovernado enquanto conversava com uma amiga.
O acidente ocorreu na rua General Azeredo, em Realengo. Segundo relatos, Dilceia estava bebendo com uma amiga na calçada, quando o carro sem controle a atingiu. Segundo testemunhas, a batida foi muito forte e a mulher morreu na hora.
“Uma pessoa muito querida, não fazia mal a ninguém”, disse a filha, Luana Santos.
“Ela ajudava eu, minha irmã, meus sobrinhos, primo, todo mundo. Não tô mentindo. Minha mãe chegou do trabalho, sentou um pouco pra conversar com a colega dela e aconteceu essa tragédia. Minha mãe estava irreconhecível”, disse Aline Santos, outra filha.
“Uma pessoa muito presente, que ajudava a todos”, falou o genro, Rodrigo Francisco.
Além de cuidadora, Dilceia trabalhava como diarista e vendia quentinhas na Comunidade da Light, em Realengo, para ajudar no sustento de filhos, netos e amigos.
A amiga de Dilceia também foi atropelada e socorrida pelo Samu. Ela está internada em uma unidade de saúde, onde deve passar por uma cirurgia. Segundo a família de Dilceia, o estado de saúde da amiga não é grave.
Motorista aparentava estar bêbado
De acordo com testemunhas, o motorista do veículo teria saído do carro gritando e aparentando estar bêbado. Moradores contaram que ele sacou uma arma e deu um tiro para o alto ao ver que poderia ser confrontado pelos presentes no local
Um documento médico do Exército, que estava no carro, foi encontrado pela família. Nele, consta o nome de Odilon Bustamante.
O caso foi registrado na 33ª DP (Sulacap).
O corpo de Dilceia foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Campo Grande, na Zona Oeste. Ela deixou quatro filhos e 12 netos.
O enterro será na manhã de domingo (5) no Cemitério de Murundu.
Fonte: Cabo Frio em Foco