A preguiça que foi capturada por três criminosos em uma área de mata do Parque Lage, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio, passou por exames e foi tratada para retornar a natureza, na manhã desta sexta-feira. Presos em flagrante, eles admitiram que doparam o animal de 1,3 quilo e o colocaram em uma mochila para vendê-lo em feira de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, por valores entre R$ 1.500 e R$ 4 mil. Eles já eram investigados por crimes semelhantes contra aves, tartarugas e até macacos-pregos.
— Realizamos um raio-x para analisarmos como estava o pulmão da preguiça, porque é muito comum que esse tipo de animal desenvolva pneumonia. O resultado foi perfeito. Além disso, ainda fizemos a microchipagem para mantermos o monitoramento adequado e ainda pesagem e metragem. Agora, junto a equipe do Jardim Botânico, iremos devolvê-la na primeira área de soltura urbana do Brasil — explicou Roched Seba, diretor e idealizador do Instituto Vida Livre, organização não-governamental que atua na reabilitação de bichos em situação de risco no Rio.
De acordo com a delegada Camila Lourenço, assistente da 14ª DP (Leblon), Johnny de Souza Aurélio, Afonso Ferreira Silva e Tiago Junio Moreira da Silva foram autuados por capturar ou caçar animais silvestres em área de proteção ambiental e associação criminosa. Na delegacia, eles admitiram que deram à preguiça um medicamento usado para tratamento de transtornos de ansiedade a fim de acalmá-la.
Ainda no depoimento, os criminosos disseram que não foi a primeira vez que saíram para caçar animais. No celular de um deles foram encontrados vídeos que os mostram em trilhas nas matas da região em busca das presas:
— Um deles foi ouvido aqui e admite que eles já possuem anotações pela prática de infrações penais, infrações ambientais, e eles já admitiram que costumam efetuar captura de macaco-prego na mata. Não é hábito deles efetuar a captura de bichos-preguiça. Mas eles já efetuaram a captura de outros animais silvestres para vender na feira de Caxias: aves, tartarugas. Infelizmente ainda existe um mercado ilícito, que é abastecido por esses criminosos.
Johnny, Afonso e Tiago foram encaminhados a Cadeira Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio, onde irão passar por uma audiência de custódia.
Fonte: Fonte: Jornal Extra