Quatro integrantes da organização criminosa, sendo três deles de Minas Gerais, foram presos durante a operação da Polícia Civil, nesta quinta-feira, no Complexo do Alemão. Eles seriam responsáveis por fornecer armamentos pesados, como fuzil calibre .50, para tráfico local. De acordo com as investigações da Delegacia de Repressão à Entorpecentes (DRE), duas facções criminosas disputam o comando local. Ainda segundo a corporação, a ação tem como objetivo evitar conflitos entre as duas maiores facções que atuam na região e em outras áreas do Rio de Janeiro.
Os presos são: Danilo Soares Moura Maia, de 25 anos, João Paulo Alves, de 26 anos, Alan Cordeiro dos Santos Araújo, de 34 anos, Wellington Michel Nogueira Elerate, vulgo Madruguinha, de 20 anos.
Com eles foram apreendidas armas, como um fuzil, grande quantidade de drogas, rádios-comunicadores, munições, balança de precisão. As equipes identificaram uma estufa especial de produção de maconha do tipo skunk, com centenas de mudas e tecnológica estrutura de produção.
Escolas e unidades de saúde fechadas
A operação policial chegou a interromper o funcionamento em escolas e em algumas unidades de saúde do Complexo da Maré nesta quinta-feira.
Pelo Twitter, o portal Voz das Comunidades mostrou crianças deitadas no chão de uma escola para se protegerem dos tiros. Em uma outra publicação, um professor da rede pública fez um relato duro: “Estamos aqui dentro, ilhados sem apoio nenhum da SME. As crianças estão muito estressadas, tem criança chorando com dor de barriga… completa falta de respeito”, escreveu.
— Não tem como interromper o funcionamento quando os alunos já estão na escola. Tem professor que ficou com alunos na escola até o início da tarde porque o responsável não pode buscar — disse um dos professores que estava na comunidade de Nova Holanda.
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Em função da operação, o Centro Municipal de Saúde Vila do João e as clínicas da família Augusto Boal e Adib Jatene tiveram as atividades interrompidas para garantir a segurança de profissionais e usurários. Já a Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva segue no atendimento à população. Apenas as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares, estão suspensas.
Em nota, o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) disse que repudia a operação.
“Os profissionais de educação ainda estão nas escolas, obrigados a cumprir o “Protocolo de segurança” da SME-RJ. A respeito disso, pelos relatos da comunidade e da própria imprensa, os tiroteios começaram nas primeiras horas da manhã, o que teria dado tempo para a SME-RJ acionar o protocolo e impedido as aulas de começarem. No entanto, temos informações de que algumas escolas só acionaram o protocolo a partir de 10h, com o tiroteio tendo iniciado há várias horas, colocando em risco a vida de todos.
Com isso, nos solidarizamos com as(os) colegas, alunos, pais e responsáveis das escolas da Maré, que trabalham sob enorme estresse, muitas vezes em condições estruturais inapropriadas e com ordens desencontradas por parte da Secretaria”.
A ação é deflagrada após levantamento de informações e dados de inteligência, que revelaram uma enorme tensão entre as duas organizações criminosas atuantes na Maré, após a soltura de um dos líderes de uma das quadrilhas.
Participam da operação agentes das Delegacias de Repressão a Entorpecentes (DRE); de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC); de Roubos e Furtos de automóveis (DRFA), e outras unidades do DGPE, além da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
Fonte: Fonte: Jornal Extra