Um dos feridos em um tiroteio ocorrido na noite deste domingo durante um bloco de carnaval em Magé, na Baixada Fluminense, Paulo Vitor Barros Silva, de 27 anos, encontra-se em estado grave no Hospital Adão Pereira Nunes, no município vizinho de Duque de Caxias. Atingido na cabeça e no peito, o rapaz foi submetido a um procedimento cirúrgico no crânio e segue intubado, segundo informações fornecidas pela unidade de saúde. Ao todo, pelo menos 18 pessoas foram baleadas, e duas já tiveram a morte confirmada: Gabriela Carvalho de Alvarenga, de 35 anos, e a menina Maria Eduarda Carvalho Martins, de apenas 9.
Na porta do hospital, o pedreiro Alex Sandro Bezerra da Silva, pai de Paulo Vitor, contou que o filho está “entre a vida e a morte”. Descrito como “um homem tranquilo e família”, pai de uma menina de 8 anos, o jovem estava curtindo a primeira noite de carnaval.
– Meu filho está entre a vida e a morte. Estou arrasado e sozinho. É meu único filho. Estou só. Estamos apenas eu e Deus torcendo para dar tudo certo – lamentou Alex Sandro, que cobrou as autoridades: – Em tempos de eleição, prometem várias coisas, mas agora, nessas horas, ninguém aparece.
Outra das vítimas levadas para o Adão Pereira Nunes é o adolescente Thalisson de Abreu, de 15 anos. Sebastião Basílio, pai dele, chegou a passar a mal na manhã desta segunda em frente à emergência do hospital. De acordo com a Prefeitura de Duque de Caxais, o estudante foi baleado na coxa esquerda, com fratura exposta e transpassando para a coxa direita. Até as 9h30, contudo, Thalisson não havia sido encaminhado para o centro cirúrgico.
– Não tem muita coisa para contar. Eu estava em casa quando recebi a notícia. Uma fatalidade. Ele saiu de casa para se divertir com os irmãos e aconteceu isso, fazer o quê? Infelizmente, ele estava no local errado e na hora errada. Ele falou para a mãe: “Fica tranquila, está tudo bem”. Estou triste, coração despedaçado. Seu filho sai para se divertir e você recebe notícia de uma tragédia dessas. Graças a Deus ele está bem, mas pessoas tiveram perdas. Até agora não vi meu filho, mas parece que ele está estável. Ele não foi operado ainda porque tem gente mais grave que ele. Essa notícia cai como uma bomba para qualquer pai. Infelizmente, temos que estar um pouco preparados para tudo que pode acontecer. Você sai de casa e depois não volta, mas vamos ter fé em Deus. Ele vai sair daqui vitorioso – disse Sebastião.
Entre os baleados, há duas gestantes, dois meninos de 6 a de 11 anos e Thalisson, de 15. Com ferimentos mais leves, quatro dos pacientes receberam alta horas depois de dar entrada em unidades de saúde, enquanto outros 12 permanecem internados, sendo que sete já passaram por algum procedimento cirúrgico.
Segundo testemunhas, a confusão começou por conta de uma discussão envolvendo um policial civil e um suposto miliciano, que teria sido motivada por ciúmes de um dos homens. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense investiga o caso.
Fonte: Fonte: Jornal Extra