Imagem: Ethan Brooke/Unsplash/Reprodução
A carne está presente na dieta de grande parte da população mundial. A produção dessa proteína, claro, está intimamente ligada ao gado. E os ruminantes, por sua vez, contribuem para os gases de efeito estufa devido ao seu pum e arroto, que liberam metano no ambiente.
O metano é cerca de 30 vezes mais potente no aquecimento da atmosfera do que o dióxido de carbono. Por conta disso, cientistas já tentaram evitar a liberação de do gás, seja mudando a dieta das vacas ou simplesmente dando inibidores químicos para interromper a produção do composto.
Nada funcionou. As bactérias produtoras do metano, por exemplo, tornaram-se resistentes aos produtos químicos. Vacinas e outras intervenções também se mostraram perigosas devido ao risco de afetar negativamente os processos biológicos dos animais.
A solução, no entanto, pode estar em um segundo animal: os cangurus. Cientistas da Universidade Estadual de Washington, nos EUA, observaram que os filhotes de canguru possuem em seu organismo bactérias produtoras de ácido acético, ao invés de produtoras de metano.
A equipe não conseguiu isolar essas bactérias, mas desenvolveu uma cultura mista estável a partir das fezes desses animais bebês. Então, adicionaram o composto a um estômago de vaca simulado.
Os resultados foram satisfatórios. As bactérias do ácido acético foram capazes de substituir os micróbios produtores de metano por vários meses com uma taxa de crescimento semelhante à dos micróbios produtores de metano. O estudo completo foi publicado na Biocatalysis and Agricultural Biotechnology.
Apesar de promissor, o estudo é pequeno e não envolveu vacas de verdade. No futuro, os cientistas pretendem testar a ministrar a mistura ao gado e estudar os efeitos no mundo real.
Fonte: Gizmodo