Durante “O Caminho para as BiodiverCidades”, evento internacional organizado pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) com apoio da Prefeitura de Niterói, nesta terça (30), 17 municípios assinaram a Declaração De Barranquilla Pelas Cidades Sustentáveis e a Biodiversidade. Focado na discussão de modelos de gestão urbana em harmonia com a natureza, o encontro reuniu prefeitos e vice-prefeitos de vários municípios do Brasil. No final do dia, o grupo ainda conheceu o Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis (POP).
“O Caminho para as BiodiverCidades” refletiu a importância de abordar o papel da sustentabilidade para a valorização dos ecossistemas urbanos, analisando os principais desafios das cidades e promovendo a troca de práticas e experiências que permitam conciliar as demandas de preservação da natureza nas cidades e manter o ritmo de crescimento urbano.
O prefeito Axel Grael pontuou que Niterói vem fazendo, nos últimos anos, a opção de administrar o município pela sustentabilidade e pela justiça social. Ele ainda lembrou que a cidade tem grande vocação para a inovação nas políticas públicas dentro dessas agendas.
“Niterói é uma cidade com tradição ambientalista e com uma gestão voltada ao cumprimento de metas. Estamos avançando muito na agenda ambiental, nos aproximando cada vez mais da universalização do saneamento. Mesmo sendo um município no coração da Região Metropolitana do Estado do Rio, temos 50% do território protegido por áreas de conservação. Temos buscado o caminho da inovação e trabalhado por um protagonismo no combate às mudanças climáticas. E tem sido fundamental para nós trabalhar com a CAF em soluções de mobilidade, cidades inteligentes e sustentabilidade. Hoje temos a experiência do Parque Orla de Piratininga, a renaturalização do rio Jacaré, implantação de unidades de conservação e soluções de mobilidade. É um investimento muito alto, captado junto ao banco. Temos contado com o apoio técnico e de recursos da CAF em momentos de definição”, explicou.
O presidente-executivo do CAF, Sergio Díaz-Granados, abriu o evento falando sobre as “riquezas naturais de Niterói” e destacou o avanço do Programa Região Oceânica Sustentável (PRO-Sustentável).
“A realização deste evento em Niterói é perfeita para mostrar bem o que a CAF vem fazendo. Aqui estão desenvolvendo um grande trabalho no PRO-Sustentável, com financiamento do banco. Assim como trabalhamos em Niterói, também estamos fazendo em outros municípios e estados no Brasil, concentrando esforços para apoiar os governos locais. Fazemos de Niterói uma janela para a América Latina e Caribe”, detalhou.
A secretária do Escritório de Gestão de Projetos da Prefeitura de Niterói, Katherine Azevedo, lembrou que o banco apostou na capacidade do município em elaborar projetos inovadores e sustentáveis.
“A parceria com a CAF, que se concretizou em 2017, viabilizou a realização de intervenções que vem mudando a vida de muitos niteroienses, como as obras de infraestrutura das ruas da Região Oceânica. Receber este encontro em nossa cidade foi uma honra, porque sinaliza o papel de destaque que o município vem assumindo na área ambiental e de sustentabilidade, além de apresentar caminhos que podem ser seguidos por outros municípios em projetos estratégicos”, comentou.
Paula Manoela dos Santos, gerente de Mobilidade Ativa da WRI Brasil, instituto que desenvolve projetos de mobilidade e desenvolvimento urbano, falou sobre a experiência de sucesso de Niterói com a Nova Marquês do Paraná.
“A Avenida Marquês do Paraná é um bom exemplo de onde gostaríamos de chegar nas cidades. Priorizou-se o transporte coletivo, aumentou-se o espaço para pedestres, tem área permeável e drenantes, malha cicloviária. É um projeto muito interessante com o que chamamos de ruas completas”, disse.
Além de participar do fórum, 17 prefeitos e vice-prefeitos presentes assinaram a Declaração de Barranquilla. Com o acordo, se comprometeram a impulsionar o desenvolvimento local sustentável, em equilíbrio com a natureza e focado em infraestrutura verde e mobilidade urbana.
Sobre o evento
De acordo com o Fórum Econômico Mundial e o Instituto Humboldt, as BiodiverCidades podem restaurar o equilíbrio entre a gestão urbana e a natureza, aumentando a infraestrutura verde; o aprimoramento de esquemas de governança que promovam soluções baseadas na natureza; a geração de vínculos positivos entre o rural e o urbano, para uma melhor conservação da biodiversidade; a priorização de modelos de economia circular e ações inovadoras para a competitividade econômica e a promoção de valores de bem-estar e saúde na cidadania.
Fonte: O São Gonçalo