A professora de inglês da Escola Parque, Nuccia Deda Larizzatti, fraturou duas vértebras na região do pescoço após uma árvore cair na última sexta-feira na Rua Marquês de São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio. Ela estava indo embora do trabalho com mais três professores quando o seu carro foi atingido por um jequitibá centenário. A árvore do campus da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) caiu após os ventos fortes e chuvas na cidade. Depois do acidente, a docente foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada para o Hospital Miguel Couto, no Leblon.
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Por conta das fraturas, ela ficou internada até domingo e precisou passar por ressonância para os médicos descartarem a possibilidade de cirurgia. Nesta quarta-feira, ela contou ao EXTRA que ainda está com algumas dores e precisará usa um colar cervical pelo menos nos próximos dois meses. Além das fraturas, ela também teve um dente lascado.
Naquela sexta-feira, Nuccia foi trabalhar e por conta do mau tempo e ventos da última semana, escolheu uma vaga para estacionar o carro sem árvores muito grandes por perto. Na volta, junto com outros três colegas, chegou a conversar sobre queda de árvores e um dos professores relembrou incidentes com árvores caídas na cidade.
— Das coisas engraçadas da vida: quando eu cheguei para estacionar o carro, eu procurei uma vaga longe de árvores que fossem muito grande e achei um lugar que tinha uma árvore pequena. Na volta, comentei com meus colegas que choveu tanto que escolhi aquela vaga. O assunto no carro era a queda de árvores. Foi quando tudo aconteceu — relatou a professora.
A docente relembrou o momento exato do acidente. Quando eles estavam descendo a rua Marquês de São Vicente, o trânsito estava um pouco engarrafado, o que segundo Nuccia, é normal por conta do horário de saída da escola. Depois de ficar um tempo no engarrafamento, ela só se recorda de ouvir um barulho alto e entender que havia acontecido algo.
— É tudo muito rápido, mas não tive a menor noção do que tinha acontecido. Fiquei meio zonza e quando eu abri o olho, o teto do carro estava com um buraco. Eu só ouvia a gritaria — relembrou.
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Depois de abrir os olhos, a professora contou que os colegas começaram a perguntar se todos estavam bem e se havia acontecido algo grave. Naquele momento, Nuccia avisou aos amigos que estava com um dente quebrado e com dor nas costas. Antes de todos conseguirem sair do carro, ainda chegaram a ouvir novos barulhos de estrondo.
— Antes das pessoas saírem do carro, ouvimos mais barulho. Eu encostei (no carro) e pensei que se caísse mais alguma coisa, eu morreria, porque não tinha mais espaço. Eu olhava ao redor e só via tronco de árvore — desabafou.
Para ela, o acidente aconteceu tão rápido que chegou a ter ideia que desde a queda da árvore até ser resgatada do carro, teriam sido apenas cinco minutos. Depois, foi avisada que foram 20 minutos até conseguir ser resgatada. Os funcionários da escola conseguiram ajudar a cortar alguns galhos e retirar os ocupantes do carro. Nuccia foi a última, por ter tido dificuldades de sair, já que a parte do motorista tinha sido atingida e seguiu direto para o hospital.
Ela contou que durante os dias no hospital tomou remédio para dor, o que amenizou na recuperação. Na madrugada de sábado para domingo, ela ficou muito nervosa e contou que a imagem da árvore caindo no carro segue passando na sua cabeça. Nuccia também cria expectativas de como vai ser o reencontro com seus colegas.
Embora atue como professora na região há mais de dez anos, ela contou que só foi prestar atenção neste jatobá uma semana antes do acidente. Ao subir a rua com um professor geólogo, ele comentou sobre o tamanho da árvore e contou que sempre chama atenção dos alunos para que eles percebam o entorno e o tamanho da árvore. Só nesse dia ela passou a observar a árvore.
A docente contou que nunca imaginou passar por uma situação dessa e definiu o acidente como “assustador”. Nuccia também explica que a meditação – prática usual dela – contribuiu para o momento de tensão e a ajudou a manter a calma e a respiração controlada.
— Eu renasci, foi um susto enorme. Nunca sofri um acidente de carro, eu sou aquela que ganha estrelinha da seguradora. Eu me machuquei, mas poderia ter sido muito pior —, falou Nuccia.
Mulher morre após ser atingida por galho de árvore na Ilha do Governador
Uma mulher morreu, na terça-feira (23), após ser atingida por um galho de árvore na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio. Luzia Mendes, de 38 anos, morreu no local. O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 8h35 para socorrer a vítima na Rua Carmen Miranda, no Jardim Guanabara.
Luzia completou 38 anos na segunda-feira e trabalhava como empregada doméstica em um apartamento próximo ao local do acidente. Ela estava indo trabalhar quando foi atingida na esquina das ruas Carmen Miranda com Macari. A doméstica, que morava em Duque de Caxias, deixa marido e dois filhos, um de 16 e outro de 21 anos.
Leonardo Fischer, patrão de Luzia, contou que estava trabalhando quando um vizinho ligou para avisar que tinha acontecido um acidente. Segundo ele, Luzia já trabalhou na casa de amigos dele e era conhecida na região, o que facilitou para avisar os patrões.
— Quando eu cheguei aqui vi essa cena de bombeiros, polícia e perguntei para o vizinho onde ela estava sentada. Ele contou que ela faleceu e até agora a ficha não caiu. A gente espera e confia que as autoridades públicas descubram o motivo e a responsabilidade, mas isso é o que menos importa porque não vai trazer ela de volta. — disse Fischer.
Fonte: Portal G1