“Maria Clara é uma garota extremamente inteligente, focada, feliz; adora dançar, brincar com os primos e com os amigos. Tem um bom relacionamento na escola, ótimo aprendizado e ótimas notas. Não me decepciona em absolutamente nada. A Maria é uma criança excepcional e sempre lidou muito bem com a diabetes, aplicando a insulina e medindo sua glicemia sozinha, desde os quatro anos. Não tem uma pessoa que ela não interaja bem. Muito carinhosa e dedicada, e gosta de cuidar das pessoas”.
É assim que Luiza Fernanda Rabello descreve a filha Maria Clara Rabello, de 11 anos, que há dois meses vem enfrentando uma batalha de gente grande. A menina, que mora em Niterói com sua irmã mais nova e a mãe, sofreu um AVE hemorrágico, constatado através de exames no hospital onde se encontra internada desde o ocorrido.
Maria, agora, está na fase mais delicada de sua recuperação. Já passou por cirurgia e por um coma, e atualmente vem despertando aos poucos, abrindo os olhos num primeiro momento. Apesar de o hospital ter uma equipe que cuida da menina, a família precisou pagar profissionais particulares para que um tratamento mais efetivo fosse realizado.
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Maria Clara é filha de mãe solo, que precisou abandonar o emprego como cozinheira para cuidar dela. Agora, a família conta com a contribuição de pessoas que se sensibilizam com a história da menina para dar continuidade aos cuidados necessários.
“Aconteceu e ela já passou pelo pior. E agora eu me sinto correndo contra o tempo. Já pesquisei tudo e sei que os seis primeiros meses são os mais importantes para a recuperação neurológica de qualquer pessoa. E é isso que eu, como mãe, estou fazendo: tentando correr contra o tempo para arrumar os recursos”, conta Luiza.
Como tudo começou
No dia 19 de junho, Maria Clara, de repente, começou a queixar-se de uma dor de cabeça. Por volta de 10 segundos depois, a queixa se transformou em berros, devido ao aumento da intensidade da dor. Sua mãe resolveu, então, levá-la imediatamente ao hospital mais próximo de casa, onde já na entrada a menina acabou desmaiando.
Maria Clara é descrita como inteligente, feliz e carinhosa. Mesmo com diabetes tipo 1, sempre teve uma vida normal | Foto: Divulgação
Assim que deram entrada ao atendimento, Maria conseguiu despertar para fazer jatos de vômito, mas logo em seguida teve uma convulsão e ‘parou’. Ao realizar a primeira tomografia, os médicos, a princípio, contataram que se tratava de um AVC hemorrágico, mas depois de uma investigação mais detalhada, foi descoberto que na verdade o caso da Maria era um AVE hemorrágico.
Maria passou por uma operação de seis horas no cérebro para conter o sangramento. Ao voltar para o quarto, ficou entubada e sedada. Agora, no segundo mês, ela passa pela recuperação neurológica.
“A Maria Clara abre o olhinho, mas não se comunica, não tem interação, não anda e não fala, ainda. Por isso já estamos trabalhando com fisioterapeuta e fonoaudióloga para que possa fazer essa reabilitação o mais breve possível”, afirma a mãe da garota apaixonada pelo Flamengo e por dancinhas do TikTok.
Assim que a menina estiver mais estável em seu quadro, Luiza revela que tentará uma transferência para um hospital especializado em reabilitação. Ela ainda não tem uma data prevista para alta, mas a família já sabe que mesmo em casa, ela precisará dar continuidade ao processo de recuperação.
Entenda o que é um AVEh
Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico (AVEh) é uma doença cerebrovascular caracterizada pelo rompimento de vasos sanguíneos que irrigam o cérebro, e que pode estar relacionada à ruptura de aneurismas e malformações vasculares ou à ruptura de pequenas artérias no parênquima cerebral.
O ocorrido com a menina de apenas 11 anos é considerado raro. Tem incidência média de 5 a 10 casos para cada 100 mil crianças/ano. O AVC infantil está entre as dez principais causas de mortalidade na infância. Cerca 10% a 20% das crianças morrem por causa da doença. Enquanto 50% a 75% permanecem com alguma sequela.
“Os médicos não esperam que isso aconteça com uma criança. Apesar de a Maria Clara ter diabetes tipo 1 desde que nasceu, o ‘esperado’ é que algo deste tipo possa acontecer com adultos diabéticos de 40 e 50 anos, e até por isso foi bem complicado para a gente conseguir um especialista infantil. Hoje, os médicos consideram a Maria um milagre”, diz Luiza Fernanda.
De acordo com a médica neurologista infantil do Einstein, Rejane de Souza Macedo, os fatores de risco são diferentes entre adultos e crianças. Enquanto nos adultos os fatores de risco são obesidade, diabetes, aterosclerose, hipertensão arterial, tabagismo, arritmias cardíacas, as causas na infância são bem variadas e costumam ser multifatoriais.
“Na infância, os principais fatores de risco são: cardiopatias, anemia falciforme, distúrbios de coagulação, malformações vasculares, arteriopatias, vasculites sistêmicas, infecções agudas, infecções crônicas, doenças genéticas e metabólicas, linfomas e outros tipos de câncer, trauma de crânio e cervical, usos de drogas. O vírus da varicela é um exemplo importante a ser lembrado, pois pode levar a uma arteriopatia até 1 ano após a sua infecção. Há ainda causas indeterminadas, em que cerca de 1/3 dos casos não é possível identificá-las”, diz a médica em publicação no site do Hospital Israelita Albert Einstein.
Como ajudar Maria Clara
A menina niteroiense está precisando de recursos para manter o tratamento necessário para a recuperação. São medicamentos, insumos e trabalho funcional com terapia. Os gastos já fugiram da realidade da família, e a situação é ainda mais preocupante pois a mãe de Maria Clara precisou abandonar o trabalho para cuidar da filha integralmente.
A família disponibilizou o perfil do Instagram para contar história e servir como forma de contato | Foto: Divulgação
Para ajudar com os custos, foi criada uma vaquinha, cujo valor será revertido para a compra dos insumos, pagamento dos profissionais da saúde e manutenção do plano de saúde, que hoje é pago através de uma contribuição coletiva de familiares.
Outro gasto urgente e extremamente necessário é a adaptação da quitinete em que a família mora, que como está localizada no segundo andar da casa da bisavó de Maria, precisa receber uma obra de acessibilidade, com o levantamento de uma rampa, para facilitar o acesso de cadeira de rodas.
“A gente vai ter gasto com fonoaudióloga, com fisioterapeuta, com transporte especializado. Atualmente contamos com a ajuda dos nossos amigos e parentes, mas os gastos são bem altos”, relata Luiza.
Mãe solo, Luiza deixou o emprego para cuidar da filha em horário integral | Foto: Kiko Charret
A vaquinha criada tem um valor mínimo definido pela plataforma, mas a mãe decidiu disponibilizar também seu PIX e contas de banco para facilitar a doação dos interessados em ajudarem no caso.
Além da contribuição em dinheiro, a família também pede fraldas descartáveis adulto tamanho P, pomada de assadura, lençóis, ventilador, cama, colchão pneumático, luvas cirúrgicas, gazes. Outro pedido importante é o da doação de material de construção, como tijolos, cimento, ferro, porta e outros itens necessários para a obra da rampa de acessibilidade.
“Tenho amigos que ofereceram os próprios trabalhos para poder arrecadar dinheiro para a Maria Clara. Uma amiga está oferecendo corte de cabelo, ganhamos um bolo para rifar, um amigo tatuador acabou de doar uma tatuagem, já rifamos um drone doado. O meu desespero de mãe e a gentileza das pessoas está fazendo tudo acontecer”, conclui Luiza Fernanda Rabello, mãe dedicada e apaixonada de duas meninas.
Os interessados em ajudar a pequena niteroiense podem colaborar pelo link da vakinha ou por transferência.
Para doar através da vaquinha, acesse o link: https://www.vakinha.com.br/3069593.
Para contribuir por meio do PIX da mãe, Luiza Fernanda Lemos Rabello, envie pela chave: (21) 97236-0958.
Contas bancárias disponibilizadas:
Agência: 0001 | Conta: 38750366-8
Instituição: 380 – PicPay
CPF: 129.030.977-98
Nome: Luiza Fernanda Lemos Rabello
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Agência: 6869 | Conta: 21975-5
Instituição: Itaú
CPF: 143.225.777-33
Nome: Andressa Silva Cascardo
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Caso queira entrar em contato com a mãe da Maria Clara, ligue ou mande mensagem para o número: (21) 97236-0958.
Para entender mais do caso da Maria, ou entrar em contato, a família também disponibilizou a página do Instagram: https://www.instagram.com/maria.clararabello.
Fonte: O São Gonçalo