Fim do ciclo da alta de juros pode ser postergado

Com a prévia do IPCA-15 divulgada, economistas apontam que o ciclo da alta de juros deve ser postergada

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Após a redução do ICMS (imposto sobre Circulação de Mercadorias e Produtos) para 17% sobre combustíveis, telecomunicação, transporte público e energia elétrica, era esperado que a prévia da inflação apresentasse algum recuo. É o que apontou o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) referente ao mês de julho. 

O índice, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresentou uma redução de 1,51%. Porém, ao realizar uma análise mais profunda dos dados o resultado é considerado preocupante pelos analistas da área. 

Seis dos nove grupos abordados pela pesquisa mostraram alta. O de serviços, por exemplo, registrou 0,84% de elevação. Esse indicativo mostra que o setor deve continuar com a inflação crescente, o que impedirá o controle da taxa. 

Possibilidade de deflação

Recentemente, foi anunciada a possibilidade de deflação. A partir do índice, é possível observar que ela já teve início. Essa queda da inflação está diretamente ligada a redução da tributação sobre alguns setores, determinada pelo Governo Federal. Os efeitos ainda continuarão a aparecer, uma vez que a legislação começou a ser aplicada em junho. 

Porém, economistas afirmam que o índice deve continuar a apresentar resultados ruins, já que as medidas implementadas foram focadas nos preços. Nesse sentido, ainda que o pico da taxa inflacionária tenha ficado no passado, o cenário ainda é complicado. No período de 12 meses, o IPCA-15 acumula 12,04%. 

Diante dessa realidade, com uma inflação mais resistente, o Banco Central encontra dificuldades ao tentar encerrar o ciclo de juros altos. 

Segundo o InfoMoney, Goldman Sachs afirma que a inflação ao operar dessa maneira tende a obrigar o Banco Central a aumentar os juros em 0,50 pontos na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Para a determinação de setembro, é possível uma elevação ainda maior. 

IPCA-15

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 é realizado pelo IBGE e usa como base a renda de famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos. É um dos indicadores oficiais da inflação do país. 

O cálculo considera uma cesta de produtos consumidos por essas famílias em regiões metropolitanas espalhadas pelo país. A diferença entre o IPCA e o IPCA-15 é apenas o período de coleta de informações. 

Histórico do IPCA-15

O IPCA-15 é divulgado desde 2000. Confira os resultados divulgados neste ano.

  • Janeiro/2022: 0,58%;
  • Fevereiro/2022: 1,58%;
  • Março/2022: 2,54%;
  • Abril/2022: 4,31%;
  • Maio/2022: 4,93%;
  • Junho/2022: 5,65%.

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Imagem: Immersion Imagery / shutterstock.com

Fonte: Economia R7